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Capital

Investigado por extorsão e agiotagem, vereador "some" após 5ª fase da Omertà

Ademir Santana foi alvo de busca e apreensão em dois endereços de sua propriedade e teve celular apreendido

Marta Ferreira | 07/10/2020 20:14
Veículo com adesivo de Ademir Santana em chácada do Portal Caiobá onde foi realizada busca e apreensão nesta quarta-feira. (Foto: Maarcos Maluf)
Veículo com adesivo de Ademir Santana em chácada do Portal Caiobá onde foi realizada busca e apreensão nesta quarta-feira. (Foto: Maarcos Maluf)

O vereador de Campo Grande Ademir Santana (PSDB) adotou o “chá de sumiço” nesta quarta-feira (7), quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois imóveis em seu nome na quinta fase da Operação Omertà, a “Snowball”. Essa etapa apura crimes de extorsão armada, agiotagem e lavagem de dinheiro atribuídos a integrantes da organização criminosa alvo da investigação, feita em conjunto entre Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

Santana, conforme a peça inicial da medida cautelar protocolada na Justiça, fazia parte do esquema e chegou a transportar vítimas de cobranças de dívidas com a quadrilha para local onde foram ameaçadas sob mira de arma, na casa do empresário Jamil Name, que está preso há um ano junto com o filho, Jamilzinho, como chefes do grupo fora da lei.

Desde cedo, a reportagem do Campo Grande News buscou contato com Santana. O celular pessoal dele foi apreendido, mas foram feitas ligações e enviadas mensagens de WhatsApp para o número da assessoria de imprensa, sem retorno. O mesmo ocorreu com advogado que o representa em ação judicial.

Também foi tentado o posicionamento do parlamentar no telefone do gabinete dele, igualmente sem êxito. A reportagem também esteve na Câmara, mas não havia ninguém, uma vez que o expediente está sendo realizado de forma remota, por causa da pandemia de covid-19.

Mandado negado -  O Garrasresponsável pelo inquérito, chegou a pedir a prisão do vereador, como reflexto do trabalho policial iniciado a partir do depoimento do empresário José Carlos de Souza, antigo proprietário de casa onde foi apreendido arsenal bélico atribuído à quadrilha chefiada pelos Name. A ordem foi negada pelo juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, titular da 2ª Vara Criminal.

No despacho, o magistrado diz que por ora não via elementos para essa providência, mas ressaltou que isso não quer dizer não existirem indícios de envolvimento de Ademir Santana no caso.

Eleito em 2016, Ademir Santana Delmondes foi motorista de Jamil Name, como destaca a decisão autorizando busca e apreensão. Também tinha cargo de direção na empresa de títulos de capitalização pertencente à família.

Procurada, a Câmara de Vereadores de Campo Grande informou ainda não ter sido notificada sobre a situação jurídica do vereador. Ele pode participar normalmente da sessão desta quinta-feira (8).

Santana foi presidente da associação de moradores do Jardim Bonança e se elegeu com plataforma ligada ao trabalho pela comunidade.

Ele é candidato à reeleição. O PSDB em Campo Grande foi contatado, mas também não houve retorno sobre  a situação do filiado.

Movimentação de policiais em frente a casa no Jardim Bonança, um dos endereços do vereador Ademir Santana, durante ação desta manhã. (Foto: Marcos Maluf)
Movimentação de policiais em frente a casa no Jardim Bonança, um dos endereços do vereador Ademir Santana, durante ação desta manhã. (Foto: Marcos Maluf)


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