ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
SETEMBRO, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Juiz nega exame de insanidade a mecânico que matou família

David Lopes invadiu a pista contrária e atingiu outro carro, matando mulher e três filhos no local

Por Silvia Frias | 19/09/2025 12:06
Juiz nega exame de insanidade a mecânico que matou família
Mecânico David Lopes Queiroz foi preso após acidente, em abril deste ano (Foto/Reprodução)

A Justiça de Campo Grande indeferiu o pedido da defesa do mecânico David Lopes Queiroz, 29 anos, para a instauração de incidente de insanidade mental no processo em que ele foi denunciado por ter provocado a morte de quatro pessoas da mesma família em um acidente, em abril deste ano.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Justiça nega pedido de insanidade mental para réu em acidente com quatro mortes em MS. O mecânico David Lopes Queiroz, acusado de causar a morte de quatro pessoas da mesma família em abril, teve seu pedido de insanidade mental indeferido. A defesa alegava transtorno mental e comportamental devido ao uso de drogas, mas o juiz considerou que o réu demonstrou plena consciência de seus atos. O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, destacou a clareza nas respostas do réu durante o interrogatório e sua tentativa de se passar por vítima após o acidente. A promotoria também se posicionou contra o exame, considerando os documentos apresentados insuficientes. O processo segue para julgamento, com Queiroz respondendo por homicídio qualificado e tentativas de homicídio.

Na decisão, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, destacou que o acusado demonstrou plena consciência de seus atos desde o início das investigações, respondendo com clareza durante o interrogatório judicial.

O advogado Pedro Paulo Sperb, que faz a defesa do mecânico, havia sustentado que o réu possui histórico de transtorno mental e comportamental devido ao uso de múltiplas drogas e outras substâncias psicoativas. O mecânico também faz acompanhamento psiquiátrico e uso contínuo de medicação controlada.

Para a defesa, havia “dúvida manifesta e plausível sobre a sua capacidade de autodeterminação e de compreensão do caráter ilícito de sua conduta”. O argumento baseava-se no artigo 149 do Código de Processo Penal, que prevê a instauração do incidente de insanidade quando houver indícios de que o acusado possa não ter plena higidez mental.

Juiz nega exame de insanidade a mecânico que matou família
Drielle e os filhos de 5 meses, 2 e 10 anos morreram no acidente (Foto/Reprodução)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) opinou contra o exame, ressaltando que os documentos apresentados, prontuários e receitas, não são suficientes para comprovar a incapacidade mental. Para a promotoria, a instauração do incidente exige indícios concretos de que o acusado não tinha consciência do caráter ilícito de sua conduta, o que não se verificaria no caso.

O juiz seguiu o entendimento do MPMS. Em sua decisão, o magistrado destacou que “o réu demonstrou plena consciência de seus atos desde o primeiro momento”. Ressaltou que, durante o interrogatório judicial, David “respondeu com clareza às perguntas que lhe foram dirigidas”, sem apresentar sinais de incapacidade cognitiva.

Outro ponto citado na decisão foi o comportamento de Queiroz logo após o acidente. De acordo com os policiais rodoviários federais que atenderam a ocorrência, o acusado tentou se passar por vítima, o que, segundo o juiz, revela “lucidez e discernimento para ludibriar a autoridade”. Esse dado, para a Justiça, é incompatível com a tese de incapacidade mental levantada pela defesa.

Mortes - O acidente aconteceu no dia 6 de abril deste ano, na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande, quando o carro conduzido pelo mecânico invadiu a pista contrária.

Na colisão, morreram Drielle Leite Lopes e os filhos de 5 meses, 2 e 10 anos de idade. Oldiney Centurion, marido da jovem, e outro filho do casal, de 12 anos, sobreviveram.

Com o indeferimento, o processo segue sem suspensão. Queiroz continuará respondendo pelas acusações de homicídio qualificado, em razão de perigo comum, de uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e, no caso das crianças, da menoridade, além das tentativas de homicídio.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.