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Capital

Justiça decide fechar processo sobre assassinato de Mayara

Rafael Ribeiro | 08/08/2017 09:16
Luís Barbosa: agora apontado como o único assassino de Mayara pela Polícia Civil (Foto: Marcos Ermínio)
Luís Barbosa: agora apontado como o único assassino de Mayara pela Polícia Civil (Foto: Marcos Ermínio)

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul bloqueou o acesso público à parte do processo dos três presos pelo assassinato de Mayara Amaral, 27 anos, ocorrido no final de julho.

O trecho que a partir de agora é de acesso restrito é justamente o da conclusão do inquérito policial pela Defurv (Delegacia Especializada em Furto e Roubo de Veículos), da delegada Gabriel Stainle.

No texto, encaminhado à 4ª Vara Criminal de Justiça de Campo Grande e que ficará sob responsabilidade do promotor Clóvis Smaniotto, a Polícia Civil conclui que apenas Luís Alberto Bastos Barros, 29, participou do latrocínio (morte em assalto) de Mayara.


Os outros dois suspeitos do crime foram indiciados por crimes de menor potencial ofensivo. Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos, o ‘Cachorrão’, que antes também foi apontado como um dos assassinos de Mayara, foi acusado apenas de tráfico de drogas.


Anderson Sanches Pereira, 31, que teria ajudado Barbosa a queimar o corpo da musicista, foi apontado apenas como o receptor do Gol branco modelo 1992 roubado da vítima. E a delegada recomendou sua imediata liberação da detenção.

Defesa – Com a conclusão do trabalho policial, a defesa de Barbosa exige que seu cliente seja ouvido novamente sobre o caso, “para esclarecer tudo.”

O advogado Conrado Passos diz que concordou com as acusações contra os outros dois suspeitos, o que favoreceria seu cliente na alegação de que foi homicídio, não latrocínio, conforme tese sustentada pela defesa.


“Ele(Barbosa) fugiu com o carro, não iria vender. Os bens que foram encontrados na casa dele seriam devolvidos, ele não precisaria ir até um motel para roubá-la. Há muita influência da comoção popular. Na verdade o caso tem de ser decidido pelo Tribunal do Júri (que julga e condena casos de assassinatos)”, disse Passos.

Mudanças – Na verdade, Passos já deu três versões diferentes do crime e de sua linha de defesa no caso, conforme mostrou na última segunda-feira (8) o Campo Grande News.

Apesar do clamor popular para que Luis Alberto fosse enquadrado por feminicídio, a polícia manteve a tese de que o baterista matou para roubar e inclusive destacou que os bens de Mayara que estavam com o assassino confesso estão avaliados em R$ 17,3 mil - um notebook, um celular, um violão, uma guitarra, um aparelho amplificador e o Gol.


Além disso, o exame feito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) não comprovou estupro.


Versões - O assassino confesso mudou mais de uma vez a versão dele sobre o crime.

Depois de ficar em silêncio quando foi convocado para depor pela delegada Gabriela Stainle na quarta-feira (2), ele falou à revista Veja no dia seguinte, admitindo que tinha feito tudo sozinho, num rompante de raiva após uma discussão com a vítima e depois de beber e usar cocaína.

(Matéria editada às 14h30 para correção de informação)

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