Lista de espera para consulta com cardiologista tem 2.851 pessoas
Caso de idosa que apresentou piora enquanto aguardava levou a investigação sobre número insuficiente de vagas

Levantamento feito após o marido de uma idosa reclamar que o quadro de saúde da companheira se agravou enquanto ela aguardava meses para se consultar com um cardiologista na rede pública de Campo Grande, revelou que 2.851 pessoas enfrentavam a mesma espera há até mais de um ano. O número não inclui bebês e crianças.
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A fila de espera para consultas com cardiologistas na rede pública de Campo Grande conta com 2.851 pacientes adultos. O levantamento foi revelado após uma reclamação ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul sobre o agravamento do quadro de saúde de uma idosa que aguardava atendimento. Apenas dois locais atendem pacientes pelo SUS na capital: o Centro de Especialidades Médicas e a Clínica Médica Anhanguera. A Secretaria Municipal de Saúde busca alternativas, como a contratação de vagas no Hospital Evangélico, mas enfrenta dificuldades na recomposição do quadro de especialistas.
O tamanho da demanda foi informado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que começou a apurar a insuficiência de vagas na área após receber a reclamação relacionada à mulher, que tem 67 anos. Uma investigação está em andamento.
A listagem com o nome de todos os pacientes foi enviada em julho deste ano pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A pasta também citou que apenas dois locais estão recebendo pacientes agendados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o CEM (Centro de Especialidades Médicas) e a Clínica Médica Anhanguera. Apesar de possuírem cardiologistas em seu quadro, a Santa Casa e o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) só admitem pacientes encaminhados após terem feito uma consulta inicial.
A contratação de vagas para atendimento no Hospital Evangélico foi uma das soluções encontradas para oferecer mais 15 vagas mensais para cardiologia, porém, a formalização não será possível enquanto a licença sanitária da instituição não for renovada.
Outra medida foi a tentativa de convocar mais cardiologistas para as instituições da rede pública, mas apenas duas convocações foram atendidas, "evidenciando a dificuldade da administração pública em recompor o quadro de especialistas da área", pontuou o MPMS.
A Sesau foi questionada em inquérito civil sobre a previsão de firmar o contrato com o terceiro hospital; quantos cardiologistas têm e quais atividades fazem; e se pretende apresentar um plano para reduzir a demanda reprimida. Ela deverá responder no prazo de 20 dias.
A reportagem perguntou à pasta se deseja se manifestar sobre as medidas que estão sendo tomadas e confirmar se está tendo dificuldade em contratar ou nomear cardiologistas para atender à demanda em menos tempo. A assessoria de imprensa informou que irá verificar a situação e dar retorno.
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