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Capital

Clínica é investigada por cobrar por rituais com ayahuasca e veneno de sapo

Procedimento apura denúncias de internações irregulares e risco à saúde pública em Campo Grande

Por Kamila Alcântara | 26/09/2025 14:38
Clínica é investigada por cobrar por rituais com ayahuasca e veneno de sapo
Ritual espiritual realizado na clínica (Foto: Reprodução)

Um centro “espiritual” localizado no bairro Chácara das Mansões, em Campo Grande, passou a ser investigado após denúncias sobre práticas irregulares no tratamento de dependência química. O procedimento preparatório foi protocolado nesta sexta-feira (26) pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

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Um centro espiritual em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, está sob investigação do Ministério Público por realizar tratamentos irregulares para dependência química. O local cobra entre R$ 70 e R$ 90 por sessões que utilizam substâncias psicoativas como ayahuasca e veneno de sapo, sem acompanhamento profissional adequado. A investigação foi iniciada após denúncia anônima que apontou comercialização irregular de substâncias controladas e exposição dos pacientes a riscos físicos e psicológicos. O estabelecimento também é suspeito de funcionar irregularmente como comunidade terapêutica, sem atender às exigências sanitárias necessárias.

Segundo a denúncia anônima recebida pela Ouvidoria, o local realiza internações sob promessa de reabilitação, utilizando substâncias psicoativas como ayahuasca, ibogaína, kambô (veneno de sapo), jurema, rapé e sananga.

Cada sessão custaria entre R$ 70 e R$ 90, sem acompanhamento de médicos-psiquiatras, psicólogos ou profissionais de saúde habilitados. “O que se verifica é a exposição de pessoas a riscos físicos e psicológicos, sem garantias mínimas de segurança”, destacou o promotor de Justiça Luiz Eduardo Lemos de Almeida.

Além da cobrança pelos rituais, a denúncia aponta possível comercialização irregular de substâncias controladas, já que normas nacionais, como a resolução nº 1/2010 do Conad (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas), proíbem a venda de ayahuasca.

De acordo com o MPMS, a investigação busca apurar se o espaço funciona de forma irregular como comunidade terapêutica, modalidade que exige regulamentação sanitária específica e respeito às normas de proteção ao consumidor. “Nosso papel é verificar se há lesão aos consumidores e risco à saúde pública”, afirmou o promotor.

O procedimento segue em fase inicial, reunindo documentos e diligências para embasar os próximos passos do inquérito.

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