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Capital

Marceneiro é sequestrado e passa 16h amarrado em matagal

Vítima foi abordada por três homens armados na Avenida Euler de Azevedo

Dayene Paz | 22/10/2021 07:47
Marceneiro ficou com marcas após ter mãos amarradas com cinto. (Foto: Arquivo Pessoal)
Marceneiro ficou com marcas após ter mãos amarradas com cinto. (Foto: Arquivo Pessoal)

Marceneiro de 46 anos passou 16 horas amarrado em um matagal após ser sequestrado e ter o carro roubado por três homens na noite da última quarta-feira (20), em Campo Grande. O homem conseguiu se soltar apenas no final da tarde desta quinta-feira (21), quando pediu ajuda. O caso será investigado pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos).

A irmã do marceneiro, Andressa Queiroz, de 40 anos, contou o desespero da família com o sumiço do irmão na última quarta. "Ele saiu de casa quase 19 horas, passou no cunhado para deixar uma encomenda da esposa e depois, foi na casa do amigo".

O marceneiro havia comprado uma máquina do amigo e foi buscá-la na região do Bairro São Francisco. "Ele comprou uma máquina e eles combinaram para passar por volta das 19h para retirar. Lá, ele sentou, conversou um pouco e saiu por volta das 22h", conta Andressa.

A vítima seguia em uma Fiat Strada branca e a máquina que havia comprado, com valor aproximado de R$ 3 mil, estava dentro do veículo. "Quando ele parou no semáforo da Euler de Azevedo, um Gol preto parou do lado, com três homens dentro". Dois homens desceram do veículo, um deles com um revólver calibre 38. "Meu irmão ainda conseguiu ver qual era a arma".

Em seguida, o marceneiro foi abordado e colocado dentro do Gol. Depois, um dos autores assumiu a direção da Strada. "Eles não deixaram meu irmão ver para onde estavam indo, pediram para ele ficar abaixado no carro, ameaçando com a arma. Eles só gesticulavam, meu irmão não ouvia nada", descreve.

Os veículos não seguiram para a mesma região. "Enquanto um levou o carro do meu irmão, os outros dois seguiram com ele no Gol. Eles rodaram um pouco, depois o levaram até a região da UCDB. Lá, entraram mata a dentro e pediram para ele tirar o cinto, com o qual prenderam a mão do meu irmão e aquele enforca gato de plástico, colocaram nos pés", conta Andressa.

O marceneiro foi abandonado no local, onde ficou por mais de 16 horas. "Ele não sabia onde estava e nem se os bandidos iriam voltar. Mesmo com medo, tentou se soltar a madrugada toda e o dia também". Por volta das 17h de ontem, o cinto soltou. "Então, ele caminhou sem rumo até encontrar um sitiante. Ele falou 'não sou ladrão, fui rendido', então, esse homem ajudou ele e chamou um motorista de aplicativo. Foi aí que ele percebeu que não estava tão longe", disse.

No trajeto, encontrou uma viatura da Polícia Militar e foi orientado a procurar a delegacia. "Os policiais falaram para ele ir para casa tomar um banho e depois, procurar a delegacia para registrar ocorrência. Ele estava todo rasgado, sujo, levaram até o tênis. Ficou com marcas e escoriações, porque tentou o tempo todo se desamarrar", comenta a irmã.

Além do carro, os bandidos levaram a carteira e celular da vítima. "Quando foi abordado, ele pedia para não levar o carro, porque ele trabalha com o veículo", lamenta Andressa.

Nesse período, a família tentou registrar boletim de ocorrência de desaparecimento, mas não conseguiu. "Não conseguimos porque tinha que ser mais de 24 horas. Quando minha cunhada avisou que ele chegou em casa, foi um alívio, ele nasceu de novo. Quando conversamos, disse que só pensava nas filhas e na esposa".

O caso foi registrado como roubo qualificado pela restrição de liberdade da vítima na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro e será investigado pela Defurv.

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