Marquinhos ameniza “surto” em UPA e afirma que mulher arcará com prejuízos
Um dia depois do ocorrido, unidade de saúde voltou a ficar lotada de pacientes; para o prefeito, pacientes continuam deixando de ir às UBS e UBSF e UPAs ficam sobrecarregadas
O prefeito Marquinhos Trad afirmou estar acompanhando de perto o caso da mulher, de 33 anos, que quebrou o vidro de uma das salas da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, na noite de ontem (13), após demora no atendimento. Segundo ele, não aconteceu nenhum tipo de atrito entre a mulher, que acompanhava o filho com suspeita de dengue, e o funcionário que ficou ferido após pedaços do vidro se espalharem pela sala onde é realizada a triagem dos pacientes.
De acordo com Marquinhos, o funcionário foi “surpreendido” e todos os envolvidos confirmaram em seus depoimentos que a ação foi resultado de um “descontrole” por parte da mulher. “Não teve agressão ontem, houve um descontrole da paciente, mas ela pediu desculpas e vai reparar o prejuízo”.
O prefeito teve acesso ao conteúdo do depoimento de cada um dos envolvidos, que confirma não ter tido nenhuma briga anterior ao fato. No documento, até mesmo a suspeita de ter quebrado o vidro afirma ter se alterado e pede desculpas pelo ocorrido.
O filho da vítima, quem aguardava atendimento na unidade, também afirmou que a mãe não agiu de forma proposital. O enfermeiro, que atua há cerca de oito anos no local, também prestou depoimento e declarou não ter interesse em representar contra a mãe do paciente. O profissional sofreu ferimentos superficiais no rosto, sendo na cabeça e no nariz, além da mão esquerda. Ele também afirmou não ter visto a mulher antes do vidro quebrar.
Lotação – Um dia após o ocorrido, a UPA Coronel Antonino voltou a ficar cheia, nesta quarta-feira (13). Apesar disso, entre pacientes que afirmam esperar mais de três horas por atendimento, há quem consiga sair rapidamente da unidade. É o caso de Abadio Pereira de Assis, de 84 anos, que está se recuperando da dengue e esteve na unidade para realizar o acompanhamento.
Segundo a filha do idoso, a microempresária Olivia Pereira de Assis, de 41 anos, o atendimento foi finalizado em aproximadamente uma hora. Apesar disso, ela ressalta que essa pode não ser a realidade de outras pessoas. “Para meu pai, o atendimento é bom, porque idoso normalmente tem preferência. Mas, quando chegamos, conversei com um rapaz que disse estar esperando desde o meio-dia”, afirmou.
A reportagem também encontrou quem já havia procurando atendimento em outras unidade, mas desistiu devido à lotação. “Fui no Nova Bahia e estava cheio, com quatro médicos atendendo. Mais de três horas esperando e fui embora”, afirmou o motorista Celso Macena dos Santos, que aguardava sem atendido em tempo menor no Coronel Antonino.
“Cheguei 15 e ainda não passei pela triagem”, revelou Sirlene Barbosa, de 33 anos. Também há quem afirme preferir o movimento do jeito que estava. “Agora está tranquilo, mais tarde costuma ser pior”, afirma Eliane Mamczur, de 44 anos, auxiliar de cozinha.
Virou hábito – Para Marquinhos Trad, o fato das unidades 24 horas de saúde estarem sempre lotadas, tem haver com o costume dos campo-grandenses. “Temos investido em unidades da família, mas as pessoas insistem em ir direto a UPA, não procuram atendimento primeiro nas Unidades Básicas”, destaca.
O chefe do executivo relembrou ainda que diversas unidades básicas estão atendendo em horário estendido, das 7h às 19h, sem intervalo. “Muitos reclamavam que as unidades estavam sempre fechadas no horário de intervalo do serviço, mas agora estão abertas”, reforça.