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Capital

Moradores reclamam de paralisação em obras do Exército na Brilhante

Segundo eles, militares não são vistos no local desde o Natal; na região, máquinas estão enroladas em plástico azul

Liniker Ribeiro e Bruna Kaspary | 13/01/2018 15:02
Buraco na rua José Paes de Farias foi aberto antes do Natal e nenhuma equipe retornou para conclusão da obra, segundo moradores (Foto: André Bittar)
Buraco na rua José Paes de Farias foi aberto antes do Natal e nenhuma equipe retornou para conclusão da obra, segundo moradores (Foto: André Bittar)

Moradores da região sul de Campo Grande estão preocupados com o atraso nas obras de pavimentação do asfalto da rua Brilhante, iniciada pelo Exército em fevereiro do ano passado. Segundo eles, nenhuma atividade é realizada pelos militares desde de dezembro, um pouco antes do Natal.

O Campo Grande News percorreu toda a extensão da rua Brilhante, na manhã de hoje (13), e não encontrou ninguém trabalhando. No local, apenas os maquinários usados na obra e o abrigo improvisado para guardar os equipamentos, que também é usado para descanso dos militares.

"Ninguém aqui sabe dizer porque nada é feito desde o ano passado", afirmou a proprietária de um estabelecimento comercial na região, Noemia Rocha. "Eles até deixaram um buraco gigantesco em frente ao meu bar que, com a chuva, vem aumentando ainda mais. Desse jeito, a minha calçada vair ceder daqui a pouco", argumentou ela.
Na área usada para guardar os equipamentos, máquinas estão enroladas em um plástico azul, indicando que estão paradas há algum tempo.

Além do recapeamento da Brilhante, obras de drenagem também estão sendo realizadas em diversos cruzamentos da região. Na rua José Paes de Farias, na vila Jacy, por exemplo, moradores aguardam a liberação da via. "Os motoristas têm que fazer manobras para passar aqui. Tem gente que passa por cima das calçadas para seguir", revelou a aposentada Maria Nazia, de 70 anos.

Além dos transtornos, dona Maria relatou ainda, estar tendo prejuízos com o atraso da obra. "Em novembro nós ficamos por uns cinco dias sem água, luz e telefone. Fora que, eles quebraram tanto aqui, que provocaram alagamentos e deixou tudo mais caro. Eu nunca paguei mais de R$ 200 na conta de água e, nesse mesmo mês, veio quase R$ 500", revelou ela.

Trânsito fica parcialmente interrompido em regiões com obras inacabadas (Foto: André Bittar)
Trânsito fica parcialmente interrompido em regiões com obras inacabadas (Foto: André Bittar)
Máquinas permanecem paradas ao longo da rua Brilhante (Foto: André Bittar)
Máquinas permanecem paradas ao longo da rua Brilhante (Foto: André Bittar)

Sobre o atraso, os moradores disseram ainda que já chegaram a se reunir com representantes da prefeitura e do Exército, mas nada foi feito ou resolvido até o momento.
Atraso - As obras que começaram há 11 meses, já deveriam estar sendo realizadas na avenida Bandeirantes, de acordo com a programação. Em novembro, o exército afirmou por meio de nota, que o atraso da obra seria de aproximadamente seis meses, devido a imprevistos.

O volume de chuva acima do esperado e as informações desatualizadas há décadas sobre a tubulação subterrânea são as principais dificuldades encontradas pelos militares no canteiro de obras, conforme o texto assinado pelo general de brigada José Carlos Braga de Avellar e pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD).

Obras - Ao todo, a prefeitura firmou convênio com o Exército repassando R$ 24 milhões para execução de recapeamento, drenagem e adequação das ruas Guia Lopes, Brilhante, Bandeirantes, Marechal Deodoro, que fazem parte do corredor sudoeste do transporte coletivo.

São 12 km: 5 km na Marechal Deodoro; Bandeirantes 4 km; Gua Lopes 600 metros e 3 km na Brilhante.

Na ocasião da assinatura do convênio, no início de 2017, o Exército anunciou que a intervenção contaria com equipamentos e a maioria dos militares de Cuiabá (MT). Também há homens do Piauí e Aquidauana. Do total do convênio, R$ 17 milhões serão executados diretamente, ou seja, pelo próprio Exército. O restante será terceirizado, com obras como boca de lobo.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa do CMO (Comando Militar do Oeste), e foi informada que, no início da semana deve ter alguma resposta a respeito dos questionamentos dos moradores afetados.

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