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Capital

Moradores vivem no improviso desde danos a casas causados por temporal

Christiane Reis | 23/08/2016 18:34
Lígia Vitório conta que voltou para o barraco no fundo de casa. (Foto: Fernando Antunes)
Lígia Vitório conta que voltou para o barraco no fundo de casa. (Foto: Fernando Antunes)

O cenário assustador de sábado (20), quando temporal destelhou parcialmente casas no loteamento Vespasiano Martins, ainda está na memória de quem teve de sair correndo e voltar para o barraco no fundo do lote. Agora, moradores convivem com os estragos e a expectativa de que ainda nesta semana os reparos pelo menos comecem.

Para quem vive no Vespasiano Martins a pressa é grande. A dona de casa Ângela Lemos Roa, 45 anos, disse que conversou com os representantes da Prefeitura que foram ao local. A expectativa dela é de que esta semana sejam levados os materiais para os reparos.

“Temos pressa porque está muito frio. Não vejo a hora de arrumarem isso aqui”, disse. Ela mora na casa com o marido e mais cinco filhos.

Já a diarista Lígia Vitório, 23 anos, diz que o cunhado comentou sobre a presença de representantes da ONG Morhar – responsável pela obra – no local. Ela não foi procurada por ninguém, mas reforça que também está ansiosa para os reparos o quanto antes. “A insegurança é grande, não dá para ficar aqui. Eu voltei para o barraco no fundo de casa. É bem mais seguro. A gente não tem qualquer segurança de ficar nessas casas. Olhando de fora ninguém diz, mas é terrível”, disse.

Também dona de casa, Jennifer Benites, 21 anos, contou que por enquanto a casa está improvisada com uma lona. “Estamos no aguardo de alguém aparecer. Meu marido teve de, durante o temporal de sábado, subir e colocar a lona para não molhar mais dentro de casa. Mas corremos o risco de outro vendaval arrastar a lona também, por isso temos pressa”, disse.

Na tarde desta terça-feira (23), moradores disseram que representantes da Prefeitura estiveram no loteamento, enquanto outros afirmaram que ninguém apareceu e há informações que estiveram presentes representantes da Morhar Organização Social.

A Prefeitura confirmou que engenheiros do município estiveram no local para verificar os estragos e nos próximos dias os reparos serão executados. Ninguém da Ong tem sido encontrado para falar sobre o assunto – como mostrou reportagem do Campo Grande News na segunda-feira (22), o paradeiro da Morhar, que firmou convênio de R$ 3,6 milhões para tocar a construção de casas das famílias removidas da favela Cidade de Deus em sistema de mutirão, ainda é um mistério.

Temporal - Durante o temporal de sábado (20) à noite, casas do Vespasiano Martins, que foram entregues no dia 1º de julho e para onde foram levadas algumas famílias transferidas da favela Cidade de Deus, tiveram as cumeeiras arrastadas pelo vendaval. Por conta disso as famílias ficaram expostas à chuva e ao frio.

As moradias têm 46 metros quadrados com dois quartos, sala, cozinha e um banheiro. A construção foi por meio de um “Mutirão Assistido”, em que os próprios moradores trabalhavam, sob a orientação de técnicos e profissionais da ONG contratada pela prefeitura por meio de um convênio de R$ 3,6 milhões.

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