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Capital

Morta a pedradas por ex-marido vivia com R$ 192 e deixa 4 filhos

Lidiane Kober | 11/01/2014 10:43
Velório acontece no Conjunto Aero Rancho e sepultamento será hoje à tarde no Cemitério Cruzeiro (Foto: Cleber Gellio)
Velório acontece no Conjunto Aero Rancho e sepultamento será hoje à tarde no Cemitério Cruzeiro (Foto: Cleber Gellio)

Morta a pedradas pelo ex-marido, Laida Andréia Samulha Romualdo, 35 anos, vivia com R$ 192 e deixa quatro filhos, de 3 a 16 anos. O dinheiro vinha de programas sociais, como vale-renda (R$ 160) e bolsa-família (R$ 32). Ciente do auxílio, o ex-companheiro aparecia na casa só para cobrar parte do recurso e duas vezes chegou a “pegar” a única fonte de renda da família.

Amigo de Laida, o vigia Ramão Canto de Oliveira, 47 anos, disse que Anderson César Firmino, 24, era viciado em pasta base e em álcool, além disso, “era muito ciumento”. “No dia da briga, ele veio cobrar R$ 50, que a mãe dele deu para comprar presentes de Natal para os netos”, contou.

Ramão disse ainda que o acusado “tomava o dinheiro” da ex para comprar drogas. “A briga piorava quando a Laida cobrava ajuda para cuidar dos filhos. Drogado, ele quebrava tudo em casa, um dia acabou com a televisão. Fora isso, empurrava a mulher e só não atacava as crianças porque a Laida e os amigos não deixavam”, relatou.

O casal, segundo o vigia, chegou a ficar oito anos juntos. Há um ano, eles estavam separados. No período, a mulher o denunciou mais de uma vez por agressão. “Ele chegou a ficar três meses presos”, lembrou.

No meio do drama familiar, as crianças, conforme Ramão, se assustavam quando o pai se aproximava de casa. “Eles fechavam a cara e a maior alegria deles, principalmente do menino de 3 e da menina de 5, era me ver chegando com uma sacola de compras. De longe, eles gritavam e sorriam, pois sabiam que teria iogurte no pacote”, relatou.

No dia do apedrejamento, Ramão foi um dos que socorreu Laida. Ele a levou para o posto de saúde do Bairro Aero Rancho, onde a vítima foi medicada. “Em casa, ela gritava de dor”, lembrou. Dias depois, ela foi levada à Upa (Unidade de Pronto-Atendimento) do Bairro Universitário e, de lá, foi encaminhada à Santa Casa.

De acordo com o amigo, ela iria passar por cirurgia, mas não resistiu a ataque cardíaco e morreu na quinta-feira (9). As crianças, de 3, 5 e 13 anos, deverão ficar com a mãe de Laida, Édna, que já cuida do primeiro filho da vítima, de 16 anos.

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