MPE investiga falta de viatura e Governo pode alugar carro para PM
Uma série de denúncias levou o MPE (Ministério Público Estadual) a abrir inquérito civil público para investigar problemas de manutenção e falta de viaturas da PM (Polícia Militar). Edital regulamentando a apuração foi publicado nesta terça-feira (31) no Diário Oficial do órgão. A exemplo do que é feito em outros estados, o aluguel de veículos para a corporação pode solucionar parte do problema.
O presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados), Edmar Soares da Silva, disse ao Campo Grande News que o secretário de Justiça e Segurança Pública, Sílvio Maluf, anunciou durante uma reunião que fará um teste nos próximos dias para testar a medida.
“Foi uma sugestão do próprio governador. Eles devem alugar entre seis e oito viaturas. Isso acaba um pouco com a nossa preocupação. É um projeto que deu certo em Goiás”, afirma Silva.
Conforme os autos da investigação, o procedimento administrativo para consertar um veículo da corporação pode durar quase quatro meses. Existe um sistema que gerencia as manutenções. É preciso cumprir 16 passos que incluem o convite a três empresas para disputar a realização do serviço, realização de leilão, expedição da ordem de execução e liberação do dinheiro para o pagamento.
“A burocracia é tão grande que emperra o sistema. Para uma simples troca de pastilhas de freio, a viatura às vezes fica 40 dias parada. Isso é serviço de emergência, não dá para ficar esperando papel rodar para cá e para lá”, diz o presidente da ACS.
Segundo ele, levantamento feito pela entidade aponta um déficit de 554 veículos para atender a polícia, sendo 329 automóveis e 225 motos.
“Essa deficiência não é de agora. Ela vem se arrastando durante alguns anos. É um problema crônico. O problema é do estado e não de quem está no governo. É uma dificuldade histórica. As viaturas que foram entregues no final do ano passado supriram apenas parte da demanda”, afirma.
O Campo Grande News entrou em contato com a PM para saber se a corporação tem um estudo interno sobre a falta de veículos, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno.