“Não conseguimos salvar nada”, diz diretora de escola de samba que pegou fogo

“Foi uma noite bem difícil. Não conseguimos salvar nada”, lamentou Marília da Luz, uma das diretoras da Associação Recreativa Escola de Samba Mirim Herdeiros do Samba destruída pelo fogo na noite de ontem (16), na Rua dos Ferroviários, no Bairro Cabreúva, em Campo Grande, próximo à subestação de energia da Avenida Ernesto Geisel. Por causa do incêndio, algumas casas do entorno ficaram sem energia, mas nesta manhã a luz já havia sido restabelecida.

Segundo a Energisa, o incêndio atingiu a rede elétrica provocando a interrupção no fornecimento de energia para 63 clientes da região. O Corpo de Bombeiros isolou a área, por segurança, e as equipes da concessionária precisaram aguardar a autorização para iniciar os reparos dos cabos danificados pelas chamas. Às 23h22, a energia de 57 unidades consumidoras foram restabelecidas e às 2h, o fornecimento foi normalizado para o restante.

Conforme Marília, mesmo com tudo foi danificado, ainda tem esperança de participar do desfile do ano que vem. "É o que nos resta. Temos esperança de melhorar. A minha mãe, Fátima da Luz [presidente da escola desde 2017], passou muito mal ontem à noite ao receber a notícia. O Carnaval é a vida dela. Agora iremos começar literalmente do zero, somente com a experiência da minha mãe", contou.

Ainda não se sabe o valor do prejuízo, mas estima-se que seja de R$ 80 mil só de material. “Já tínhamos algumas fantasias prontas e carro alegórico preparados para o ano que vem”, conforme Marília.

Ela contou que foi avisada pelos vizinhos sobre o fogo e, quando chegou, os bombeiros já estavam trabalhando para conter as chamas. “Foi um desespero total ontem à noite. Ainda não sabemos o que vamos fazer. Talvez uma ação ou vaquinha para tentar recuperar o salão e outras coisas”, disse.

Por enquanto não se sabe a origem do fogo. Segundo a carnavalesca, uma pessoa que cuidava do salão não estava no momento do incêndio. Alguns gatos que viviam no local morreram queimados.

Marília relembrou que em anos anteriores o barracão já foi alvo de bandidos. O primeiro foi em maio de 2022 e no fim do ano passado teve outro. “Não sabemos se foi alguém que entrou e tentou furtar os fios e causou o incêndio ou se foi outra coisa”. Somente uma perícia técnica no local irá determinar a causa. O galpão era de madeira tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

De acordo com José dos Santos, 60 anos, morador próximo do barracão, quando o incêndio começou, outro vizinho passou gritando alertando sobre a situação e, ao sair, se deparou com o local tomado pelo fogo. “Foi tudo muito rápido, os bombeiros e os policiais pediram para a gente sair das nossas residências porque havia risco de o fogo se propagar para os imóveis vizinhos. Mas as chamas foram controladas rapidamente. Foi um susto muito grande”, disse. Veja, abaixo, o vídeo.

Por meio de nota, postada em rede social, a Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande/MS) informou que se solidariza com o incêndio ocorrido que consumiu partes dos adereços, materiais e alegorias na casa alugada em que estava servindo de barracão. “Também solidarizamo-nos com um casal que morava no local incendiado e que perdeu tudo. A Lienca está à disposição da presidente Fátima da Luz”.

Quem quiser ajudar pode entrar em contato com os telefones 67 99202-9060 (Fátima da Luz) ou 67 99223-5517 (Marília).

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