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Capital

Não tem jeito: "minicracolândia" persiste e vizinhos vivem sob medo constante

O cenário caótico e de sujeira é um problema crônico do imóvel que abriga problema social

Por Izabela Cavalcanti e Gabi Cenciarelli | 04/01/2025 09:18
Não tem jeito: "minicracolândia" persiste e vizinhos vivem sob medo constante
Usuários de drogas no sobrado abandonado, na manhã deste sábado (Foto: Paulo Francis)

O cenário caótico do sobrado abandonado, na Travessa Novo Rumo, na Vila Nhanhá, ainda persiste. O mutirão de retirada de lixo, realizado há 6 meses, não foi o suficiente para acabar com a “minicracolândia” e tirar os usuários de droga que vivem por lá. Na fachada, o aviso: "só os forte sobrevive".

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Um sobrado abandonado na Vila Nhanhá, mesmo após mutirão de limpeza há seis meses, continua sendo foco de problemas. Usuários de drogas ocupam o local, deixando o ambiente imundo com lixo, restos de móveis e fezes, causando medo e insegurança nos moradores vizinhos. A situação, crônica e deteriorada ao longo dos anos, gera reclamações constantes sobre roubos, sujeira e a necessidade de reforço na segurança para garantir a tranquilidade da comunidade.

Na manhã deste sábado (4), a equipe de reportagem passou no local e verificou que, em baixo, no térreo, algumas pessoas estavam presentes, algumas sentadas, outras em pé, com o ambiente de sempre, sujo e deteriorado. Resto de móveis, marmitas, sapatos, roupas velhas, e fezes – humanas e de animais – são facilmente encontrados no terreno.

A situação já é um problema crônico vivido pela vizinhança, que dorme e acorda sob medo constante.

O aposentado, Francisco Soares, de 83 anos, reclama da sujeira e da preocupação em ter que sair de casa para trabalhar.

Não tem jeito: "minicracolândia" persiste e vizinhos vivem sob medo constante
Monte de lixo na calçada, próximo ao local (Foto: Paulo Francis)

“É muita sujeira. A gente pede reforço, porque a justiça não dá valor ao homem trabalhador. Ficam roubando, a maior bagunça, sujeira. A gente pede reforço, por favor, tem criança. Tem marmitex, roupa, tudo. É nós que trabalhamos, ficamos escravos. Sai, tem que fechar a casa, voltar rápido com medo deles entrarem de uma hora pra outra. Fazemos um apelo, porque a gente fica assustado”, lamentou.

Outra moradora, que não quis ser identificada, também compartilhou do mesmo sentimento. “Tá o maior lixão lá, porcariada, todo mundo com medo dos usuários de drogas. Esse povo fica aí o dia inteiro. Para quem é morador, trabalhador, não aguenta mais ficar nesse bairro”, disse a doméstica, de 60 anos.

Não tem jeito: "minicracolândia" persiste e vizinhos vivem sob medo constante
Foto mostra depredação do imóvel ao longo dos anos (Foto: Google Street View)

Em 2017, a “minicracolândia” já existia e foi ficando cada vez mais precária. Imagens do Google mostram que em 2011, a casa ainda tinha portão, portas e janelas, mas em 2017 o cenário já muda, mostrando lixo na frente do imóvel e a falta de um dos portões.

Em 2023 foi criada até uma placa com regras de conduta para os moradores. “Proibido roubar na quebrada”, “Proibido zuar a rua”, “proibido brigas e discussões” e “respeita a vizinhança”. A placa não existe mais na frente do sobrado.

O mutirão realizado em julho do ano passado precisou de duas patrolas para auxiliar na retirada da pilha de lixo que se formou na rua, e dois caminhões-caçamba para o transporte. Os moradores do sobrado foram para casa vizinha, também abandonada e usada por eles como abrigo, mas retornaram.

Não tem jeito: "minicracolândia" persiste e vizinhos vivem sob medo constante
Mutirão realizado em julho de 2024 retirou roupas, restos de marmita e papéis amontoados (Foto: Divulgação)

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