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Capital

No banco dos réus, ex-guarda municipal chora ao descobrir que poderá ver filhos

Eliane Batalha vai depor na tarde desta terça-feira e deve estar no Fórum com as crianças

Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 18/07/2023 13:03
Marcelo (de moletom branco) chora ao ouvir depoimento da esposa. (Foto: Henrique Kawaminame)
Marcelo (de moletom branco) chora ao ouvir depoimento da esposa. (Foto: Henrique Kawaminame)

Sentado no banco dos réus, na segunda metade do 2º dia em que é julgado sob a acusação de arquitetar o assassinato de Paulo Xavier, plano que acabou com o filho do alvo, Matheus Coutinho Xavier, fuzilado aos 20 anos, o ex-guarda civil Marcelo Rios, de 46 anos, chorou ao ouvir do juiz Aluízio Pereira dos Santos que poderá ter momento com os filhos. Eliane Benitez Batalha dos Santos vai depor na tarde desta terça-feira (18) e deve estar no Fórum de Campo Grande com as crianças.

“Depois, eu vou liberar um momento para você ter contato com as crianças. Não seria justo não aproveitar esse momento que você está aqui (Campo Grande) e não ver os seus filhos”, afirmou.

Pivô do flagrante de arsenal, estopim da Operação Omertá, o ex-guarda municipal foi transferido para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em fevereiro de 2020. Ele está fora da Capital, portanto, há cerca de 1,2 mil dias, 40 meses, pouco mais de 3 anos.

Não se tem notícia se nesse tempo recebeu a visita de familiares, muito menos, das crianças, até porque o Sistema Penitenciário Federal tem regime mais rígido.

Marcelo Rios emocionado durante depoimento da mulher, Eliane Batalha (Foto: Henrique Kaminami)
Marcelo Rios emocionado durante depoimento da mulher, Eliane Batalha (Foto: Henrique Kaminami)

Rios chegou a Campo Grande para ser levado a júri na madrugada de sábado, dia 15, e está sempre escoltado por policiais penais federais fortemente armados.

O ex-guarda é apontado pela Omertà como chefe da segurança da família Name e “gerente” da milícia formada por Jamil, o “Velho”, e Jamilzinho, o filho, para exterminar desafetos. Segundo a investigação, a participação dele na morte de Matheus foi de planejar a execução de “PX”, ex-integrante da “escolta armada” dos Name, considerado traidor, e contratar os pistoleiros para pôr o projeto em prática.

Chegada de Marcelo Rios no Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande no dia 28 de maio de 2019, dias depois que foi preso com arsenal (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Chegada de Marcelo Rios no Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande no dia 28 de maio de 2019, dias depois que foi preso com arsenal (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O júri – Nesta segunda-feira (17), primeiro dia do júri, foram ouvidas cinco testemunhas da acusação: os delegados Daniella Kades, Tiago Macedo e Carlos Delano. O pai da vítima, Paulo Xavier, também foi ouvido e, por fim, o investigador da Polícia Civil, Giancarlos de Araújo e Silva.

O foco da defesa, em todos os casos, foi tentar desvencilhar a família Name do caso, citando inclusive ligação entre o major reformado da PM e megatraficante Sérgio Roberto de Carvalho e Paulo Roberto Xavier, pai de Matheus.

Nesta terça-feira (18), além do delegado João Paulo Sartori, testemunha de acusação que não deu tempo de ser ouvida ontem, depõem testemunhas de defesa, entre elas a esposa de Rios.

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