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Capital

"Nossa cidade repudia e lamenta o ato", diz prefeito à vítima de homofobia

Cirurgião-dentista, Gustavo Lima foi vítima de homofobia enquanto trabalhava no drive do Albano Franco

Paula Maciulevicius Brasil | 25/08/2021 10:22


O prefeito Marquinhos Trad (PSD) recebeu em seu gabinete, o cirurgião dentista Gustavo Lima, vítima de homofobia enquanto trabalhava na imunização contra a covid no Albano Franco. Gustavo estava acompanhado da mãe Tânia Mara dos Santos Lima.

O caso aconteceu no último sábado (21), quando Gustavo trabalhava no drive da vacina no Albano Franco e ouviu a recusa de uma mulher que não queria que a filha fosse "vacinada por viado".

Marquinhos abraça a mãe e dá as mãos para Gustavo e diz que Campo Grande lamenta o ocorrido e presta solidariedade ao dentista.

O prefeito pede para que seja trazida a bandeira de Campo Grande para colocar no fundo de Gustavo e da mãe Tânia. "Para mostrar a todos que moram aqui, que a nossa cidade repudia e lamenta o ato cometido por aquela senhora. Que Deus tenha misericórdia e eu tenho certeza absoluta que ela já deve ter sentido a dor e visto o equívoco dela", declara Marquinhos.

O prefeito aproveita a proximidade do aniversário de 122 anos de Campo Grande para dizer que a cidade não pode ter exemplo negativo. Enquanto Marquinhos fala, a mãe de Gustavo se emociona pela acolhida e por reviver o que a família vem passando desde o último sábado (21).

"Pode chorar mesmo, minha mãe choraria também, porque o choro não é dos fracos. O choro é dos fortes e aqueles que têm dignidade e honra, lacrimejam pela dor de um filho e pela dor de uma injustiça", enfatiza Marquinhos.

Na fala, o prefeito ainda deixa toda a "legalidade da Prefeitura Municipal de Campo Grande" à disposição da família.

Em resposta, o cirurgião dentista diz que, no momento, ainda se encontra muito abalado. "Mexeu muito comigo e eu não consegui voltar ao trabalho, para que eu consiga trabalhar, preciso das minhas mãos e mente. Estão precisando de acompanhamento psicológico depois do acontecimento".

A mãe de Gustavo repete que não aceita a forma como o filho foi tratado e que apesar de saber da justiça divina, também espera que a autora do crime de homofobia seja penalizada. "Ela vai ter que responder criminalmente pelo ato que fez na vida do meu filho. Ela vai ter que pagar na justiça, responder por que fez isso", dispara.

O sentimento de Tânia é de indignação pelo que o filho está vivendo e que é impossível como isso pode ter partido de uma pessoa que é mãe.

"Mãe e, de repente, se permitir fazer uma coisa dessa? Meu filho é um ser humano maravilhoso. Eu tenho muito orgulho, não precisamos escrever na testa de ninguém quem a gente é. Ele tem direito de escolher o que ele quiser. Nós, mulheres, temos direitos. Daqui a pouco, pode ir numa lanchonete, meu filho foi publicamente exposto?"

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