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Capital

Número de casos cresce 82% em MS e dengue volta a ser ameaça no verão

Ricardo Campos Jr. | 16/02/2015 16:19
CRS Guanandi registra de 25 a 30 casos suspeitos por dia (Foto: Marcelo Calazans)
CRS Guanandi registra de 25 a 30 casos suspeitos por dia (Foto: Marcelo Calazans)
Willian teve dengue no fim do ano passado (Foto: Marcelo Calazans)
Willian teve dengue no fim do ano passado (Foto: Marcelo Calazans)

O número de casos suspeitos de dengue em Mato Grosso do Sul nas cinco primeiras semanas de 2015 teve aumento de 82% em comparação ao mesmo período em 2014, conforme dados do último relatório divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) referentes até o dia 11 de fevereiro. Foram 2.370 notificações, enquanto na mesma época do ano anterior haviam sido 1.299.

Somente em Campo Grande, o crescimento foi de 58,4% em uma semana, passando de 267 para 423 notificações.

No Centro Regional de Saúde do Bairro Guanandi são atendidas em média de 25 a 30 pessoas por dia com sintomas da doença, segundo informou o gerente da unidade, Arlei Campos. De acordo com o enfermeiro chefe da unidade, Weslei Martins, são pacientes com sinais clássicos, como febre, dores no corpo e que não aparentam maior gravidade.

O acabador de mármore Willian André da Silva, 37 anos, trabalha perto do posto e pegou a doença em dezembro do ano passado. “Tive dor pelo corpo todo. Começou fraquinha durante o dia de trabalho, mas foi aumentando. Por volta das 18h fui para a unidade de saúde e fiquei internado até as 2h. É uma dor em que você não aguenta nem pisar no chão. Dói tudo, juntas, pescoço, cabeça”, relata.

Silva já havia tido dengue um ano antes, mas diz que a intensidade dos sintomas nem se compara com o caso mais recente. “Me surpreendeu. Os médicos disseram que eu ficaria ruim de uma semana a quinze dias”, relata. O trabalhador fala que costuma tomar os cuidados necessários em casa e no local de trabalho para evitar a proliferação do mosquito, mas “tem outras pessoas que não cuidam”, reclama.

Conforme o relatório, o vírus já matou uma pessoa no estado. Trata-se de uma menina de 12 anos, em Corumbá. Conforme a SES, a paciente deu entrada com suspeita de meningite e o óbito foi atribuído a essa doença. No entanto, exame de sangue acabou dando positivo para dengue.

Sete Quedas e Brasilândia entraram na lista das cidades com alta incidência de dengue na última semana com 36 e 38 notificações, respectivamente. Já estavam na relação Selvíria (189 notificações), Iguatemi (398), Itaquiraí (387) e São Gabriel do Oeste (162). O cálculo é feito dividindo o número de casos suspeitos pelo de habitantes e multiplicando o valor por cem mil. Por isso Campo Grande, que é campeã de notificações no estado (423), entra na lista de baixa incidência.

Em segundo lugar no ranking vem Três Lagoas, com 237 notificações, que chegou a notificar a primeira morte pela doença neste ano. No entanto, até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou o resultado sobre a morte do homem.

Na Capital, o Liraa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti) mostrou que os bairros Noroeste, Veraneio, Nova Esperança, Parati e Pioneiros têm maior quantidade de focos do mosquito transmissor da dengue. Por isso, a Sesau iniciou ações para limpar locais com possíveis criadouros do inseto.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, o poder público planeja uma grande ação, que será realizada por meio de parceria com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). A ofensiva contra o mosquito Aedes Aegypti vai incluir pente-fino em terrenos baldios sujos e a conta pela limpeza poderá será paga pelo proprietário.

Mosquito da dengue prolifera em bairros com terrenos sujos e locais com água acumulada (Foto: Marcelo Calazans)
Mosquito da dengue prolifera em bairros com terrenos sujos e locais com água acumulada (Foto: Marcelo Calazans)
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