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Capital

Oito anos após crime, cunhado deve acusar irmã e mãe de Marielly

Segundo o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, familiares do suspeito informaram que a mãe e a irmã de Marielly tiveram participação no crime; réu estaria disposto a contar nova versão em julgamento

Kerolyn Araújo | 11/03/2019 11:12
Hugleice em novembro de 2018, depois de ser preso pela PRF em Dourados (Foto/Arquivo: Direto das Ruas)
Hugleice em novembro de 2018, depois de ser preso pela PRF em Dourados (Foto/Arquivo: Direto das Ruas)

Uma reviravolta promete marcar o júri de Hugleice da Silva, suspeito de ter participado de um aborto malsucedido que resultou na morte da cunhada Marielly Barbosa, encontrada morta em um canavial em agosto de 2011. A sentença de pronúncia que decretou a prisão preventiva e levará o réu a júri foi dada na última sexta-feira (8) pelo juiz Fernando Moreira da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, cidade distante a 71 quilômetros de Campo Grande. A data do julgamento ainda não foi marcada.

Conforme o advogado de defesa de Hugleice, José Roberto Rodrigues da Rosa, ele foi procurado pela família do cliente na última sexta, informando que o réu está disposto a falar tudo sobre o crime no julgamento. Segundo Rosa, a irmã e a mãe de Marielly também estariam envolvidas no caso e Hugleice teria assumido toda a autoria para defender a família.

Advogado José Roberto informou que Hugleice está disposto a falar 'tudo' em julgamento. (Foto: Kerolyn Araújo)
Advogado José Roberto informou que Hugleice está disposto a falar 'tudo' em julgamento. (Foto: Kerolyn Araújo)

Para Rosa, o pedido de prisão preventiva de Hugleice é equivocada, uma vez que o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, que realizou o procedimento de aborto, aguarda o julgamento pelo crime em liberdade. ''É uma decisão absurda. Vai prendê-lo por causa da repercussão do caso. O juiz quer holofotes'', defendeu o advogado, que entrará nesta tarde com pedido da habeas corpus.

Crime prescrito - Hugleice responde na Justiça pelos crimes de instigação ao aborto com resultado em morte e ocultação de cadáver.

Mesmo se for condenado, Hugleice responderá pelo crime em regime aberto, já que a ocultação de cadáver já prescreveu e o de instigação ao aborto, com pena de até quatro anos, prevê o cumprimento em regime aberto.

 

Marielly foi morta em agosto de 2011 e teve o corpo desovado em um canavial. (Foto: Arquivo Familiar)
Marielly foi morta em agosto de 2011 e teve o corpo desovado em um canavial. (Foto: Arquivo Familiar)

Tentativa de feminicídio - O réu está preso em Rondonópolis, no Mato Grosso, depois de esfaquear a esposa Mayara Barbosa – irmã mais velha de Marielly. O crime ocorreu no dia 18 de novembro na cidade mato-grossense, após o suspeito encontrar mensagens de Mayara com um vizinho, que insinuava um relacionamento extraconjugal entre os dois. Depois do crime, Hugleice fugiu para Ponta Porã.

No dia 23 de novembro o suspeito foi preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no quilômetro 267, da BR-163, quando chegava em Dourados. O advogado entrou com pedido de habeas corpus e acredita que em um prazo de até 60 dias o réu seja colocado em liberdade.

Mayara foi atingida por uma facada no pescoço e levou mais de 40 pontos.

Caso Marielly - Em 2011, Hugleice ficou conhecido em Mato Grosso do Sul por ter levado a cunhada Marielly para fazer um aborto em Sidrolândia, que terminou em morte.

Na época, ele juntamente com o enfermeiro que fez o procedimento desovaram o corpo da jovem em um canavial. Hugleice ainda ajudou nas buscas pela moça considerada inicialmente desaparecida.

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