Operação prende 14 agressores, um foge e namorada acaba flagrada com droga

No Dia Internacional da Mulher, a operação Bellatrix cumpriu metade dos mandados de prisão contra agressores de mulheres. Das 26 ordens de prisões preventivas, 14 foram cumpridas durante a manhã, portanto 53%. Ao todo, o balanço foi de 15 presos, conta que inclui uma mulher recolhida em flagrante por tráfico de drogas. O alvo era o seu namorado, mas o homem fugiu.

Metades das prisões foi por descumprimento de medidas protetivas. Com 20 policiais, entre investigadores e delegadas, as equipes foram para as ruas de Campo Grande às 4h desta quarta-feira (dia 8).

De acordo com a delegada Elaine Cristina Benicasa, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), as prisões de agressores são diárias, mas a operação na data de hoje veio para dar resposta à sociedade.

“O nome Bellatrix foi para homenagear todas as mulheres que se desvencilharam desse tipo de violência e buscaram ajuda. Serve para mostrar que a lei precisa ser cumprida e medida preventiva funciona. Diariamente, a Deam cumpre mandado de prisão e coloca tornozeleira nos agressores”, diz Elaine.

Nome da operação, Bellatrix vem do latim e significa guerreira. Levantamento nacional mostra que Mato Grosso do Sul tem a maior taxa de feminicídio do Brasil: 3,5 a cada 100 mil mulheres.

“Sabemos que os números estão contra nós, quando vemos que continua sendo o Estado com a maior taxa. Mas nós convocamos toda a sociedade civil para fazer frente a esse enfrentamento. Estamos fazendo a nossa parte, com 100% de resolutividade dos feminicídios registrados”, afirma a delegada.

Na operação de hoje, um dos alvos fugiu e a namorada acabou presa por tráfico de drogas. No imóvel, foram apreendidos maconha, simulacro de arma e droga sintética no formato de jujuba. Durante o flagrante, a mulher disse que a forma de bala era proposital para oferecer a crianças, depois, mudou a versão. A declaração inicial soa pouco factível diante do custo da droga sintética.

A ação continua durante o restante do dia. A delegada Maíra Pacheco Machado afirma que a maior dificuldade no cumprimento dos mandados é a localização dos agressores. “As mulheres chegam para denunciar em momento de forte emoção e não conseguem apontar onde o autor foi morar após as agressões. Tem o trabalho de investigação prévia para iniciar a operação com endereço dos alvos em mãos”, diz Maíra.

A Deam também participa da Átria, operação nacional contra a violência.