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Capital

Orçamento milionário acirra disputa pelo Sindicato dos Bancários

Daniel Machado | 02/01/2015 12:07
Boa parte dos gastos suplementares do orçamento foi para regularização e obras do Clube de Campo dos Bancários (Foto: Divulgação)
Boa parte dos gastos suplementares do orçamento foi para regularização e obras do Clube de Campo dos Bancários (Foto: Divulgação)

A publicação de um edital de assembleia extraordinária para suplementar o orçamento do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região às vésperas da deflagração do processo eleitoral reascendeu a disputa interna para o comando da entidade.

Cerca de 250 assinaturas de bancários foram colhidas pela oposição, liderada por Evaldo Barros, candidato à presidência da chapa alternativa, com o objetivo de anular a validade da assembleia cuja data teria sido pouco divulgada e realizada de forma suspeita, no fim da tarde da antevéspera do Natal, para a reunião no dia 26.

“Isso fere o estatuto do sindicato, que determina que a data das assembleias seja divulgada com antecedência em órgãos de imprensa de alta circulação para amplo conhecimento da base sindical”, explicou o presidente do Conselho Fiscal, Marcelo Francisco Assis, que também integra a chapa de oposição, que ameaça entrar na Justiça afim de cancelar a aprovação de suplementação do orçamento anual, que foi de R$ 2,195 milhões para R$ 2,465 milhões.

O diretor de relações sindicais, Benício Pereira Faustino, alega que não houve falta de transparência ou inobservância ao estatuto do sindicato e que, por isso, a diretoria está tranquila em relação a qualquer ação na justiça. “Enviamos torpedos (SMS) a todos os filiados, publicamos o convite no site oficial do sindicato, enfim, tudo foi realizado normalmente, como todos os anos. Tanto que houve quorum de 50 pessoas, bem maior inclusive que o da reunião orçamentária do ano passado, quando compareceram 13 pessoas”, alegou.

Assis alega que foram 42 pessoas presentes na assembleia, sendo a grande maioria diretores e integrantes da chapa da situação. “Mesmo assim, houve 11 votos contra a suplementar o orçamento. Entendemos que se a reunião fosse mais bem divulgada dificilmente seria aprovado o acréscimo de orçamento, uma vez que o faturamento do sindicato é de R$ 1,3 milhão por ano e foi gasto R$ 1,1 milhão a mais”, diz.

Para o diretor do Sindicato, os que levantam suspeitas sobre o orçamento da associação o fazem meramente por questões políticas, uma vez que o processo eleitoral para renovação da diretoria começa em janeiro, com abertura de inscrição das chapas, que vai até 20 de fevereiro, e eleição em março.

“A suplementação ocorreu por conta de despesas que não estavam previstas no orçamento, como as legalizações do clube de campo do associado e do próprio prédio do sindicato. Tivemos de contratar engenheiro, arquitetos, bombeiro e readequar os alvarás, projetos de segurança, acessibilidade, hidráulica, elétrica”, argumentou.

Mas Assis refuta o argumento de motivação eleitoreira e questiona o volume de gastos e o uso de verba de investimentos em gastos correntes. “Não dá para misturar política com números. Os bancários trabalham diariamente com números e sabem que existe um déficit de gastos no sindicato, que já vem desde o ano passado. Não se gasta R$ 1 milhão para arrumar um muro, comprar extintores ou até mesmo legalizar álvaras e fazer alguns ajustes de acessibilidade.

O sindicato arrecada em média R$ 120 mil por mês e gasta R$ 300 mil, sendo utilizado inclusive parte dos investimentos em gastos correntes. O Conselho Fiscal vem advertindo faz tempo, mas não tem sido ouvido e agora iremos até a Justiça se continuar nos ignorando. Nossa luta é por mais transparência e responsabilidade financeira”, disse.

Neste sábado (3) será instaurado o processo eleitoral, com uma reunião que definirá data da eleição, prazo de início de registro das chapas e a definição dos nomes da comissão eleitoral.

Até o momento, há formação de duas chapas para as eleição no Sindicato dos Bancários de Campo Grande – uma liderada pela atual presidente, Iaci Terezinha Rodrigues de Azamor Torres, funcionária aposentada do Banco do Brasil, que concorre à reeleição, e Edvaldo Barros, funcionário do Banco Itaú, que concorre à presidência pela primeira vez.

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