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Capital

Para evitar lockdown, Comércio e Câmara defendem lei seca

Entidades participaram de audiência, na tarde desta sexta-feira, para acordar sobre medidas restritivas para conter a covid-19

Tainá Jara, Liniker Ribeiro e Ana Paulo Chuve | 07/08/2020 15:44
O representante da CDL, Adelaido Vila, defende adoção de lei seca (Foto: Marcos Maluf)
O representante da CDL, Adelaido Vila, defende adoção de lei seca (Foto: Marcos Maluf)

Representantes do comércio e da Câmara de Vereadores, convidados a participar de audiência convocada pela Justiça, para decidir sobre o lockdown em Campo Grande, são a favor da ação de lei seca como medida para evitar aglomeração.

Para sustentar a necessidade de manter os estabelecimentos comerciais abertos, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) apresentou dados indicando que cerca de 18 mil empresas não conseguira retomar o funcionamento deste o início da pandemia, quando foram adotadas medidas mais restritivas.

Responsáveis por empregar cerca de 10 mil funcionários, os shopping registravam, conforme a entidade, apenas 12 casos do novo coronavírus entre os trabalhadores, enquanto o sistema prisional de Mato Grosso do Sul teve mais de 300 contaminações entre 13 mil presos, geridos pelo Poder Público.

De acordo com a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário), até esta quinta-feira, haviam 345 casos confirmados de covid-19 entre servidores, internos e monitorados com tornozeleira eletrônica. Ainda não foram registrados óbitos.

Os representantes pediram bom senso para definir as medidas de restrição lembrando que já enfrentaram duas semanas de fechamento, em abri, e apresentaram sugestões.“Uma das primeiras propostas é um trabalho de conscientização das pessoas. Outra proposta, a restrição do álcool, que tem motivado as festas do fim de semana. Por mais que a gente orienta, toda vez que se interrompe o funcionamento do trabalho, as festas acontecem”, argumentou Adelaido Vila, presidente da CDL.

Vila defendeu ainda medidas mais drásticas para evitar este tipo de aglomeração, como o corte de água e luz dos locais onde as festividades e reuniões estejam sendo realizadas.

Representantes da Associação Comercial utilizou a variação diária de leitos para defender a manutenção do comércio aberto. “Se houver o decreto e o bloqueio nós vamos quebrar o pequeno empresário que trabalha sozinho. Nós vamos fechar os postos de trabalho?”, questionou o primeiro-secretário Roberto Oshiro.

A entidade se propõe debater ações de mais impacto para deter o novo coronavírus.

Vereadores - A lei seca também foi defendida pelo vereador Lívio Leite (PSDB), presidente da Comissão de Saúde do Legislativo municipal.

"Vemos que o fechamento absurdo não traria benefício para nenhuma das partes. Estamos vendo a vida acontecer normalmente nos bairros. Gostaríamos de cobrar medidas mais restritivas sim, mas não o fechamento. Uso mais efetivo do poder público, efetivos de segurança e saúde para isso aconteçam. [Defendemos] A proibição das bebidas alcoólicas e transporte coletivo com capacidade de veículos ampliada”, pontou.

Mesmo assim, ele lembrou que o momento é de alerta, pois a taxa de ocupação de leitos do município, no dia 3 de agosto era de 95% nos leitos públicos e 88% em leitos gerais. No dia seguinte, o número se caiu para 88% e 82%, respectivamente.

Até ontem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) registrou mais de 11,9 mil casos de covid-19 na Capital, sendo 179 mortes.

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