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Para Gaeco, 124 depósitos de R$ 750 cada ligam policiais e organização criminosa

Dados foram extraídos da quebra de sigilo bancário dos investigados

Aline dos Santos | 16/07/2021 12:03
Policiais civis Frederico e Elvis Elir são investigados na operação Omertá. (Foto: Reprodução)
Policiais civis Frederico e Elvis Elir são investigados na operação Omertá. (Foto: Reprodução)

Um total de 124 depósitos de R$ 750 são apontados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como elo entre a organização criminosa investigada na Omertà e “serviços prestados” pelos policiais civis afastados Frederico Maldonado Arruda e Elvis Elir Camargo Lima.

A quebra do sigilo bancário mostra que Frederico recebeu 77 depósitos sem identificação entre 2016 e 2019, perfazendo o total de R$ 68.657. “Destaca disso, a periodicidade desses depósitos, na sua maioria, creditado às terças-feiras e nos valores de R$ 750”. Os 58 depósitos de R$ 750 resultaram em R$ 43.500.

Conforme a investigação, conversa entre Jamil Name Filho e Cinthya Name Belli, datada de 22 de setembro de 2018, cita pagamentos programados. “O Fred e o Lima vc pagou”, diz a mensagem.

Neste dia, a ordem era suspender o pagamento. Cinco dias depois, Jamilzinho ordenou restabelecimento do crédito, porém, Cinthya destacou que não tinha programação.

No dia 8 de outubro de 2018, Frederico transfere R$ 1.500 para Cinthya. Segundo a Omertà, foi a devolução de valor pago em duplicidade.

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Em outra conta de Frederico, no mesmo período, foram depositados R$ 107.507 sem identificação.

 “Portanto, ficou evidente que o denunciado Fred possui outras fontes de renda escusas e maiores que a constatada de R$ 750,00 semanais recebidos por Jamilzinho, uma vez que o total de débitos e créditos mensais ultrapassaram tanto esse recebimento informal, bem como seus proventos como policiais civis”.

Após a Omertá, sua renda ficou compatível e cessou o depósito semanal de R$ 750.

A movimentação bancária de Elvis Elir Camargo Lima mostra 66 transações de R$ 750, totalizando R$ 49.500 entre 2018 e 2019. Ao todo, foram 104 depósitos sem identificação entre 2016 e 2020, total de R$ 95.500.

A operação aponta que Elvis Lima e Frederico Arruda são traficantes de armas, trazendo armamento e munições da fronteira para Campo Grande. Os dois trabalharam juntos por três anos em Ponta Porã e, frequentemente, vinham para a Capital com viatura, mencionada como “la barca” em interceptação telefônica.

O Campo Grande News entrou em contato com a defesa dos policiais, que não vai se manifestar nesta etapa do processo. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Cinthya Name Belli.

O advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, que defende Jamil Name Filho, alega que "as afirmações contidas no relatório de informação, são fruto de interpretações unilaterais sem o contraditório sem força probatório para servir de base para qualquer condenarão, e que no decorrer das ações penais,  mediante o contraditório,  estão sendo desconstituída as informações equivocadas e reativas acusações em relação ao meu cliente".

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