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Para não piorar sofrimento, família não comenta revelações de caso Kauan

Rafael Ribeiro | 25/08/2017 17:50
Janete dos Santos Andrade: sofrimento por falta de respostas sobre localização do corpo do filho (Foto: Marcos Ermínio)
Janete dos Santos Andrade: sofrimento por falta de respostas sobre localização do corpo do filho (Foto: Marcos Ermínio)

No dia em que a Polícia Civil informou que o professor Deivid Almeida Lopes, 38 anos, teria obrigado a adolescentes manterem relações sexuais com o corpo já sem vida de Kauan Andrade Soares dos Santos, 9, familiares do menino apontaram que a única atualização do caso que de fato importa é o encontro do corpo, ainda desaparecido.

Na casa onde Kauan morava, no Jardim Colorado (zonas sul de Campo Grande), o sentimento é de ignorar novos detalhes trazidos à tona como forma de não agravar ainda mais a dor da mãe, Janete dos Santos Andrade, 35, já sem forças para falar sobre o caso.

“O que importa e queremos saber é onde está o corpo. Se o menino foi esquartejado, que encontrem provas concretas para que possamos nos despedir enfim do Kauan. O que eu vejo é só um novo conflito de depoimentos”, assegurou uma familiar que não quis se identificar.

Uma tia de Kauan completou que comentários sobre o novo detalhe sórdido do caso que chocou a Capital só piorariam a condição de toda a família. “Não faz a menos diferença os graus de violência que o menino sofreu. Ele sofreu, ponto. Está claro. E que esse maldito conte de uma vez o que ele fez e onde deixou a criança”, disse.

O caso - A coletiva sobre a morte de Kauan adicionou ao crime mais um capitulo de barbárie. Quatro adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, afirmam que foram obrigados a praticar necrofilia (sexo com cadáver) e testemunharam o suspeito Deivid esquartejar o corpo do menino. Preso desde 21 de julho, o adulto nega o crime.

Até então, um adolescente de 14 anos já havia revelado que no dia 25 de junho levou o garoto até à casa do professor, título com o qual o suspeito se apresentava por já ter dado aulas. Onde, por ordens de Deivid, segurou as mãos do menino para que o preso o violentasse. A criança foi amordaçada e desfaleceu.


De acordo com o titular da da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), delegado Paulo Sérgio Lauretto, como não foi localizado o corpo, não é possível informar a causa e momento da morte.


Na sequencia, três outros adolescentes entram na casa de Deivid, no bairro Coophavila 2, em busca de dinheiro. Eles queriam ir a uma festa no bairro e tinham por hábito ir à residência, onde obter dinheiro estava condicionado à prática de abusos.


Primeiro, chegaram ao imóvel os adolescentes de 14 e 16 anos, mas Deivid teria requisitado a presença de um terceiro, este de 15 anos. Eles relatam que foram trancados na casa, ameaçados com um revólver (não localizado na investigação, mas que aparece em foto no seu celular) e obrigados a ter relações com o garoto. Abrindo a possibilidade de o menino ter sido violentado até depois da morte.


Em seguida, o suspeito pegou um facão e esquartejou o corpo no quarto. Conforme a a delegada Aline Sinnot, titular da Deaij (Delegacia. Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), os restos mortais da criança foram colocados em um saco preto, acondicionado no porta-malas do carro do preso.


Próximo ao Caic, na avenida Ernesto Geisel, o saco foi deixado às margens do rio Anhanduí, sobre uma pedra. Depois, o adulto deixou os adolescentes em casa. A polícia acredita que Deivid retornou ao local e despedaçou o corpo. Os adolescentes de 14 anos foram apreendidos e os demais liberados.

Deivid vai ser indiciado por três estupros de vulnerável, cinco casos de exploração sexual, um de corrupção de menor, ocultação de cadáver e posse de material pornográfico.

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