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Capital

Pedreiro confessa que matou homem a facadas porque visão ficou “turva”

Filipe Prado | 23/01/2015 10:25
Augusto (vermelho) e Everton são acusado de assassinar Huderso em 2011 (Foto: Marcos Ermínio)
Augusto (vermelho) e Everton são acusado de assassinar Huderso em 2011 (Foto: Marcos Ermínio)

O pedreiro Augusto Lemes de Araújo, 26 anos, confessou, durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, que matou com uma facada Huderson Vargas Amarilha, 33, depois que sua visão ficou "turva". O crime aconteceu no dia 20 de abril de 2011, no Jardim Seminário, depois que a vítima tentou invadir a casa do acusado. Everton Lemes de Araújo, 24, irmão de Augusto, é acusado de ser cúmplice no crime.

Augusto contou que estava em casa, por volta do 12h, fazendo almoço, quando sua cunhada entrou em casa e disse que um homem, Huderson, estava tentando invadir a residência. O acusado foi até a porta no momento em que a vítima entrava e o expulsou do local. Huderson ameaçou a família de morte, antes de ir embora.

Cerca de 20 minutos depois, Everton chegou à residência para bucar o irmão e levá-lo até o trabalho. Ainda próximo a casa, na Avenida Tamandaré, os dois pararam em um posto de gasolina para abastecer a moto, momento em que Augusto avistou a vítima sentada na conveniência do local.

“Ele me viu e se levantou”, contou o acusado. Everton ainda não sabia que Huderson havia tentado invadir a sua casa, mas Augusto alertando o irmão assim que viu a vítima no posto. Com isso, o cúmplice pediu para que o acusado chamasse a polícia, então o pedreiro foi até Huderson para tentar contê-lo, até a chegada dos militares.

“Quando cheguei, ele virou, com uma pochete na mão, foi quando minha visão ficou turva e eu o esfaqueei”, admitiu o pedreiro. A vítima fugiu e foi parar na casa de moradores da região. “eu cheguei para meu irmão e disse que tinha feito a maior burrada”, admitiu o acusado. Os dois saíram para procurar Huderson, porém quando o encontraram, não prestaram socorro, já que ele estava sendo atendido por populares.

Durante o julgamento, a defesa apresentou a faca usada no crime, mas o objeto seria diferente do encontrado no dia do crime. Augusto assegurou que Huderson estava carregando uma faca no dia do homicídio e ele acabou levando as duas para casa, porém o pai dele escondeu a verdadeira, pois ele “não queria lembrar do crime”.

Everton alegou que não viu o momento em que o irmão esfaqueou a vítima, já que estava “prestando atenção na bomba” de gasolina, nem se o pedreiro estava manchado de sangue ou a faca utilizada no crime. Ainda assegurou que tentaram ajudar Huderson, mas imaginaram que o Corpo de Bombeiros iria atender a ocorrência, pois ele foi amparado por populares.

Os irmãos estão sendo julgados por homicídio doloso qualificado, por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima.

A condenação dos acusados deve expedida na tarde de hoje (23).

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