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Capital

Pivô do tapa-buraco fantasma assume "culpa" e diz que rua tinha fissura

Aline dos Santos e Filipe Prado | 30/01/2015 09:57
Elton disse que tem autonomia para tapar buracos e justifica que rua tinha fissura profunda. (Foto: Marcos Ermínio)
Elton disse que tem autonomia para tapar buracos e justifica que rua tinha fissura profunda. (Foto: Marcos Ermínio)

Encarregado de obra da Selco Engenharia, Elton Farias dos Santos, 32 anos, afirma que fez recapeamento em trecho da Rua Jornalista Marcos Fernandes Hugo Rodrigues, no Parque dos Poderes, porque identificou uma fissura profunda. O tapa-buracos na via, onde, aparentemente não há o buraco, foi gravado e o vídeo ganhou repercussão nacional, lançando dúvida sobre a a correção nos gastos do serviço, que somente em 2015 deve consumir R$ 137,4 milhões.

Elton falou com o Campo Grande News na rua onde o vídeo foi gravado e afirma que a decisão de usar a lama asfáltica na via foi exclusivamente sua. “A rua tem muitas fissuras, mas essa em especial era bem profunda, estava na terra já”, diz. Ele conta que tem autonomia para decidir os pontos de recapeamento e, às vezes, faz a pedido dos moradores, que indicam os locais. “Do meu ponto de vista, achei que deveria fazer”, diz. Segundo ele, as demais fissuras podiam esperar mais tempo para reparo.

Com remuneração mensal de R$ 1.500, Elton foi afastado da empresa, onde está há dois anos, e negocia para sair. “Vou dar um tempo. A repercussão foi muito grande, não sabia que daria tudo isso. Mas fazer o que? Agora já fiz”, desabafa. Ao todo, a equipe tapa-buracos tinha oito pessoas.

Ontem, a prefeitura de Campo Grande suspendeu os serviços prestados pela Selco até o esclarecimento da denúncia. Por meio de nota à imprensa, a empresa justificou que “nunca orientou o funcionário a agir da referida maneira e que condena a prática, estando tomando todas as medidas ao seu alcance para a correta punição e assegurar que fatos lamentáveis como esse não voltem a ocorrer”.

A produção foi feita do celular do porteiro de um condomínio de alto padrão, Eder Palermo, 39 anos, que gravou imagens das câmeras de segurança. “Como gravei do circuito interno que é de responsabilidade do condomínio eu precisei de autorização. Daí publiquei ontem [quarta-feira] no Youtube, Facebook e Whatsapp”, contou.

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