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Capital

Polêmica do "dente da Shopee" leva conselho a reforçar importância da denúncia

Se paciente tiver algum problema sério, este é o caminho para investigação sobre atuação de profissionais

Por Kamila Alcântara | 26/04/2025 08:49
Polêmica do "dente da Shopee" leva conselho a reforçar importância da denúncia
Dentista aplica faceta em dente de paciente (Imagem: Ilustrativa)

Após o caso de uma paciente que relatou ter recebido implantes dentários supostamente comprados em sites de compras online, o CRO-MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) alerta: denunciar irregularidades é essencial para coibir a atuação de maus profissionais. A entidade também chama atenção para o comportamento de dentistas que priorizam a exposição nas redes sociais em detrimento da qualidade dos materiais utilizados.

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O Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul (CRO-MS) destaca a importância de denunciar irregularidades para combater maus profissionais, após um caso de implantes dentários supostamente comprados online. A presidente do CRO-MS, Dra. Silvânia Silvestre, alerta sobre o uso de materiais sem registro na Anvisa e a necessidade de verificar a qualificação dos dentistas. O conselho orienta que pacientes insatisfeitos formalizem denúncias para apuração responsável. O CRO-MS oferece canais de contato para denúncias e reforça que a identidade do denunciante será preservada.

Para entender como agir em situações como a relatada pelo Direto das Ruas, o Campo Grande News conversou com a presidente do conselho, Silvânia Silvestre. Ela explicou que existem marcas confiáveis, com registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que comercializam produtos odontológicos pela internet, e que o problema está no uso de materiais importados de forma irregular.

“A Shopee tem vendedores com endereço no Brasil, então pode ser que realmente estejam usando a plataforma para vender material odontológico. Mas isso, por si só, não prova nada. Se a paciente teve algum problema, ela precisa procurar os canais corretos para uma apuração séria. A gente sempre preza por produtos com registro na Anvisa e adquiridos de fornecedores legalizados. Por isso, sempre orientamos que os pacientes verifiquem bem o profissional com quem vão se consultar”, afirma Silvânia.

No caso citado, a paciente contou que pagou R$ 6,7 mil pelo procedimento, mas o dente teria sido mal encaixado, com facetas laterais quebradas e dor constante. O Conselho orienta que, em vez de se basear apenas em redes sociais, o ideal é buscar referências diretas de pessoas que já realizaram tratamento com o profissional, além de consultar se ele possui a especialização necessária.

“Se a pessoa passou por um tratamento e não ficou satisfeita, sentiu que algo deu errado, que teve algum tipo de problema com o atendimento ou com o resultado, ela precisa formalizar uma denúncia no Conselho. Só assim conseguimos apurar com responsabilidade, até com perícia, se for o caso.

É importante lembrar que existem várias técnicas odontológicas, e nem sempre o problema vem da técnica ou do profissional. Muitas vezes o paciente também não segue corretamente as orientações pós-tratamento. Responsabilidade é algo compartilhado: o profissional precisa prestar um bom serviço, e o paciente, seguir as recomendações”, pontua a presidente do CRO-MS.

Silvânia também reforça que todas as denúncias devem ser feitas de forma oficial, com nome e dados que ajudem no processo, mas garante que a identidade do denunciante será preservada durante a apuração. “Precisamos coibir os maus profissionais, mas não podemos ser levianos. Cada caso precisa ser analisado individualmente, com seriedade e critério técnico”, finaliza.


Além do site oficial, o CRO-MS disponibiliza o telefone (67) 3321-0149 para atendimento, e a sede do Conselho fica na Rua Desembargador Leão Neto do Carmo, 1.812 – Jardim Veraneio, em Campo Grande.

O caso - Moradora da Capital afirma ter sofrido complicações após realizar um implante dentário. Segundo ela, o material teria sido adquirido pela dentista na plataforma Shopee. O procedimento gerou dores intensas, quebra das facetas laterais e frustração com o resultado. Um advogado foi acionado, e especialistas alertam para os riscos do uso de produtos não autorizados pela Anvisa, muitos dos quais circulam em sites de compras na internet.

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