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Capital

“Por que não pararam de atirar?”, questiona mãe de menina morta por engano

Adolescente de 13 anos e colega foram mortos em 3 de maio de 2024 após disparos destinados a outra pessoa

Por Dayene Paz e Clara Farias | 05/11/2025 08:39


RESUMO

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O Tribunal do Júri de Campo Grande julga, nesta terça-feira, cinco acusados pelo assassinato de dois adolescentes, ocorrido em maio de 2024 no Jardim das Hortênsias. As vítimas, uma menina de 13 anos e um jovem, foram mortas por engano durante um atentado que tinha outro alvo. Segundo as investigações, João Vitor de Souza Mendes teria efetuado os disparos que vitimaram os adolescentes. O crime conta com outros quatro réus, incluindo Kleverton Bibiano, apontado como mandante. A menina foi atingida por três tiros e, apesar do socorro, não resistiu aos ferimentos na UPA do Aero Rancho.

“É muito injusto que eles não tenham parado de atirar. Eu fico pensando… por que, na hora em que viram a rua, não viram as crianças e não pararam de atirar? É isso que eu me pergunto todos os dias.” A frase dita por Adriana de Oliveira da Silva, 39 anos, resume a dor da mãe da menina de 13 anos, morta a tiros em Campo Grande no ano passado.

Na manhã desta quarta-feira (5), Adriana foi até a porta do Tribunal do Júri, na Rua da Paz, no Jardim dos Estados, para acompanhar o julgamento dos cinco acusados pelo assassinato da filha e de outro adolescente. Segundo a denúncia, o grupo foi contratado por um presidiário para cometer o crime no dia 3 de maio de 2024, no Jardim das Hortênsias, mas executou os jovens errados. Os atiradores procuravam outro alvo, que sobreviveu.

“É complicado, parece que está passando um filme. Parece que a gente volta lá naquele dia… Eu só espero que aconteça a justiça de Deus hoje, que não sejam os homens sentados ali, não seja o juiz ou o promotor, mas que seja Deus. Eu sei que a justiça tarda, mas não falha”, desabafou Adriana.

“Por que não pararam de atirar?”, questiona mãe de menina morta por engano
Adriana chorou ao falar com a imprensa na portal de tribunal. (Foto: Osmar Veiga)

A mãe contou que a filha foi atingida por três disparos, um no braço, um no ombro e outro que atravessou o pescoço e saiu pela boca. “O outro menino morreu na hora. Ela ainda foi pro posto, chegou falando... mas não demorou muito. O médico me chamou e disse que ela não tinha resistido. Era minha única filha. Tinha só 13 anos. Tinha um futuro todo pela frente.”

Adriana disse ainda não acreditar que os acusados recebam a pena máxima, mas mantém a esperança. “A gente vem com essa esperança de que seja feita a justiça. Eu espero, de verdade.”

O julgamento ocorre sob forte esquema de segurança, com a presença de equipes do Batalhão de Choque dentro e fora do prédio. Muita gente aguardava do lado de fora até a abertura das portas.

“Por que não pararam de atirar?”, questiona mãe de menina morta por engano
Viatura do Batalhão de Choque em frente ao tribunal. (Foto: Osmar Veiga)

Estão no banco dos réus Rafael Mendes de Souza, George Edilton Dantas Gomes, Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, Nicollas Inácio Souza da Silva e João Vitor de Souza Mendes. Segundo as investigações, João Vitor seria o autor dos disparos que mataram os adolescentes; Rafael guardava a motocicleta usada no crime; Nicollas pilotava o veículo; George era o motorista de aplicativo que ajudou na fuga; e Kleverton, preso na época, é apontado como o mandante do atentado e dono da arma.

As vítimas foram socorridas pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiram. A menina morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Aero Rancho e o menino, na Santa Casa. O verdadeiro alvo foi ferido na perna e sobreviveu, afirmando à época não saber o motivo do crime.

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