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Capital

Prefeitura afirma que vai ouvir secretário sobre elogio a Hitler em reunião

Anderson Gonzaga da Silva considerou comentário como “infeliz” e diz que declaração foi tirada de contexto

Por Ana Paula Chuva e Gabriela Couto | 07/11/2024 13:40
Anderson Gonzaga afirmou que comentário foi "infeliz" e tirado do contexto (Foto: Paulo Francis)
Anderson Gonzaga afirmou que comentário foi "infeliz" e tirado do contexto (Foto: Paulo Francis)

A Prefeitura de Campo Grande informou que ouvirá o secretário municipal de Segurança de Campo Grande, Anderson Gonzaga da Silva Assis sobre o elogio feito a Adolf Hitler, líder nazista, durante conversa convocada por ele no primeiro semestre deste ano para cobrar membros da Romu (Ronda Ostensiva Municipal) que participaram da mobilização contra a prefeitura Adriane Lopes (PP).

Em nota enviada ao Campo Grande News, a prefeitura afirmou que o titular da pasta será ouvido pela Controladoria-Geral do Município para esclarecer os fatos “respeitando o devido processo e garantindo a imparcialidade da análise”, diz o documento.

O SINDGM (Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande) já havia manifestado defesa ao secretário na quarta-feira (6), um dia depois do áudio com fala elogiando o líder nazista ter sido divulgada na imprensa. Em nota pública, o representante da categoria afirmou que, apesar das divergências histórias com a gestão municipal, a exposição do titular da pasta foi “injusta”.

“Não há base para a acusação de apologia ao nazismo, e que a fala de Gonzaga deve ser analisada com mais cautela. Independentemente dos desentendimentos políticos passados, o secretário não deve ser alvo de justiçamento público", diz o documento.

Polêmica- O áudio foi divulgado em reportagem na terça-feira (5), ele é de uma reunião realizada no primeiro semestre e, na época, os servidores montaram acampamento no canteiro em frente ao Paço Municipal em protesto à falta de reajuste salarial e ao não pagamento de adicional de insalubridade.

"Fizeram até videozinho do Hitler. Eu até admiro Hitler, porque ele era um cara inteligente. A Alemanha é a potência que é hoje graças ao Hitler. Estrategista, um cara inteligente. Foi ditador, sim. Tinha as ideologias dele e conquistou o que conquistou graças à inteligência dele. Então só colocar na Netflix lá, na Segunda Guerra Mundial, como ele conquistou e fizeram um videozinho eu queria ser. Mas me dói porque eu queria ser um terço daquilo. Principalmente com esse grupamento aqui".

Embora Anderson tenha se referido à inteligência estratégica de Hitler em sua fala, fica claro o tom elogioso e admiração pelo ditador. Ao declarar que "queria ser um terço daquilo" que Hitler alcançou, o secretário parece ter feito uma analogia que muitos consideraram inapropriada e perigosamente positiva em relação a um dos regimes mais opressivos e violentos da história moderna.

O secretário foi procurado pela reportagem, e em nota, ele se defendeu. Admitiu que errou e pediu desculpas pelo "comentário infeliz" que fez na ocasião. (Ouça o áudio abaixo).  

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