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Capital

Presos durante Operação Omertà são levados ao Gaeco para depoimento

Na manhã de hoje, 3 testemunhas e 3 guardas falaram ao grupo que investiga milícia responsável por 8 assassinatos em MS

Ângela Kempfer e Aline dos Santos | 03/10/2019 11:33
Cones na avenida que dá acesso à sede do Gaeco, no Parque dos Poderes. (Foto: Aline dos Santos)
Cones na avenida que dá acesso à sede do Gaeco, no Parque dos Poderes. (Foto: Aline dos Santos)

Na entrada do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), no Parque dos Poderes, cones no meio da avenida e agente armado no principal portão de acesso indicam que a rotina foi quebrada na manhã desta quinta-feira (3).

O esquema especial foi montado para depoimentos da Operação Omertà. Logo cedo, foram ouvidas 3 testemunhas e 3 guardas municipais que seriam seguranças de grupo de extermínio em Campo Grande, liderados pelo empresário Jamil Name e um dos filhos.

De 23 mandados cumpridos no dia 27 de setembro, durante a operação, 19 pessoas continuam presas, sob suspeita de envolvimento em 8 execuções nos últimos anos. Dois funcionários de Jamil Name, presos em flagrante por porte de armas, pagaram fiança e foram liberados no mesmo dia. Outro alvo, o advogado Alexandre Franzoloso, foi o único a conseguir habeas corpus. Para todos os outros, a libertação foi negada pela Justiça. 

Nesta quinta-feira, o Diário Oficial do Município trouxe o afastamento por 60 dias dos quatros guardas municipais presos pela Operação Omertà. A determinação do secretário Especial de Segurança e Defesa Social do município, Valério Azambuja, atinge os servidores Alcinei Arantes da Silva, Eronaldo Vieira da Silva, Igor Cunha de Souza e Rafael Carmo Peixoto Ribeiro.

Depoimentos - Nesta manhã, Eronaldo, Igor e Rafael foram ouvidos. Segundo o advogado dos 3, Márcio Almeida, do sindicato da categoria, todos estão na DERF e foram levados ao Gaeco para serem ouvidos pela coordenadora do Gaeco, Cristiane Mourão, e os promotores Tiago Di Giulio Freire e Gerson Eduardo de Araújo. "Foi bem rápido e eles confirmaram que trabalhavam na casa do senhor Jamil Name como motorista e em serviços gerais", contou o advogado.

Segundo ele, Eraldo havia sido contratado há 2,5 anos e os outros 2 estavam há 6 e 4 meses com a família. "Ganhavam R$ 625,00 por semana, para ir ao mercado, levar criança em shopping. Nenhum era segurança. Quando foram presos, nem arma branca tinham. Já viu segurança sem arma", contesta Márcio do Carmo.

O advogado diz que hoje mesmo vai reforçar o pedido de revogação da prisão dos 3 clientes.

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