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Capital

Queimadas aumentam aparições de macacos, mas dar comida a eles é crime em MS

Quem for apanhado fazendo, pode receber multas que variam entre 20 e 200 Uferms

Cristiano Arruda e Maurício Ribeiro | 11/08/2021 13:36
Macaco-prego observa atentamente a lente do fotógrafo. (Foto: Marcos Maluf)
Macaco-prego observa atentamente a lente do fotógrafo. (Foto: Marcos Maluf)

Animais silvestres têm aparecido com muita frequência na região central de Campo Grande. Só neste neste ano, o Campo Grande News registrou aparições de macacos-prego em áreas distintas da cidade. A aparição dos mesmos está associada a agressão do homem ao meio ambiente.

Lucas é responsável técnico no Cras e afirma que os macacos só podem ser devolvidos à natura em grupos. (Foto: Marcos Maluf)
Lucas é responsável técnico no Cras e afirma que os macacos só podem ser devolvidos à natura em grupos. (Foto: Marcos Maluf)

Nas últimas semanas, dois macacos-pregos foram encontrados na região da Avenida Euler de Azevedo e um outro primata, um bugio, em um bairro próximo da região central. Esses animais já estão recebendo cuidados e devem ser devolvidos em breve à natureza.

Muitas vezes, os mesmos acabam sofrendo algum tipo de trauma causado pelas pessoas.

Lucas Cazat, responsável técnico do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) de Campo Grande, lembra que esses animais aparecem na área urbana por conta da interferência humana. "Os primatas estão aparecendo por conta de queimadas, e a interferência direta do homem à natureza, isso afeta diretamente no ecossistema, fazendo com que os mesmos apareçam nas residências em busca de alimentos".

Macaco Bugio foi capturado na área central de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Macaco Bugio foi capturado na área central de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

Quando trazidos ao Centro de Reabilitação, esses bichos passam por um check-up para o cuidado com a saúde, além de uma quarentena para que, então, possam ser inseridos em grupos, criando vínculos e devolvidos à natureza.

"Os macacos estão sempre em bandos, quando ficam sozinhos, as chances deles morrerem são grandes", afirma o responsável técnico.

"Eles passam por um acompanhamento, após serem reinseridos na natureza, existe uma equipe no Cras que faz esse acompanhamento. Geralmente, esses animais vão para áreas específicas, onde conseguimos fazer esse monitoramento".

Macacos são colocados em grupos e depois são devolvidos a natureza. (Foto: Marcos Maluf)
Macacos são colocados em grupos e depois são devolvidos a natureza. (Foto: Marcos Maluf)

Dar comida gera multa - Novamente, a dica é: não dê comida aos macacos. Comida fácil pode atrair cada vez mais grupos ao perímetro urbano.

Os órgãos responsáveis pela preservação e bem-estar dos animais trabalham para que o contato com os bichos seja única e exclusivamente visual.

Em junho deste ano, o Estado de Mato Grosso do Sul aprovou uma lei que proíbe alimentar animais silvestres, a prática agora caracteriza crime de maus tratos e quem for apanhado fazendo, pode receber multas que variam entre 20 e 200 Uferms (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul), o que na cotação atual de R$ 41,90, pode chegar a R$ 8.380.

“Embora todos esses animais se confundam com a paisagem urbana, eles são de vida livre, e alimentá-los é considerado crime de maus-tratos e tem pena prevista de três meses a um ano de prisão. Quando uma pessoa dá de comer a um animal desses, às vezes, ela faz por pensar que está fazendo bem, quando, na verdade, está causando um desequilíbrio ambiental. A partir do momento em que você alimenta uma espécie, você contribui com a reprodução desses animais, o que pode ameaçar outros que vivem no mesmo ecossistema".

Para considerar o ato de alimentar animais silvestres como crime, a lei se baseia-se no fato da alimentação fácil desestimular o animal a buscar o próprio alimento, tornando-se dependente, e no fato de alimentos inadequados causarem problemas de saúde, estresse e até a morte.

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