Quer salvar um bichinho de maus-tratos? Tenha em mãos vídeo, foto e endereço
Ditado que diz que uma imagem vale mais que mil palavras faz jus ao que Decat pede: vídeos e fotos são provas
As cenas gravadas em abril deste ano, que mostram idoso abusando de cadela no Bairro Rita Vieira, são a prova do quanto uma imagem é decisiva para investigação de crime de maus-tratos contra animais. A Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) vem orientando a população a ter em mãos vídeos, fotos e o máximo de informações possíveis antes de denunciar o crime.
"Você já presenciou um crime de maus-tratos e não sabe o que fazer?" Com a seguinte pergunta, a Decat explica passo a passo o que é preciso reunir antes de ligar para a polícia.
- Tenha um celular em mãos e capture tudo o que achar importante como imagens do animal, do local e da localização;
- Anote os nomes e telefones das eventuais testemunhas que presenciaram o crime;
- Verifique detalhadamente o endereço (rua, avenida, numeração e ponto de referência);
- Em situações que envolvam veículos, como no caso do condutor que abandona animal na via pública, a identificação correta da placa é essencial.
A gente pede para a população não se precipitar na hora de fazer alguma denúncia. O que costuma acontecer é virem com relatos interpretados de acordo com uma visão individual, e em 70% das vezes, a denúncia relatada é algo que não procede", destaca o titular da Decat, Maércio Barbosa.
Nesta segunda-feira (24), o Campo Grande News recebeu através do Direto das Ruas uma denúncia de suposto envenenamento de gatos. O leitor que pediu para não ser identificado, fez foto de um gato que ele acredita ter sido envenenado, já que não apresentava ferimentos.
"Foram dois ontem, o primeiro achei que tivesse sido atropelado, mas quando achei o outro observei o mesmo aspecto. São filhotes, eram gatinhos de rua", conta. O leitor não desconfia de vizinhos e nem imagina quem pode ter dado veneno aos animais. "Moro aqui há 10 anos, e nunca vi acontecer isso", diz.
Segundo o leitor, a suspeita de envenenamento é porque se fossem atropelados, os animais estariam com machucados e ferimentos. Ele não chegou a procurar a delegacia, mas foi orientado pela redação para acionar a Decat. "A minha ideia é que isso se torne público, e a pessoa que estiver fazendo isso fique sabendo que estamos alertas", fala.
Decat - O delegado explica que a polícia precisa ter elementos concretos como vídeo e foto para ilustrar e contribuir na apuração do fato. "As pessoas dizem: 'eu vi o cara fazendo isso', aí ele vem e diz que não fez. É a palavra de um contra o outro e a imagem, principalmente um vídeo, tem muito poder. A partir dela a gente consegue ter sucesso na investigação", diz.
Maércio ainda reforça que hoje com celulares com câmeras, todo mundo consegue fazer imagens sem necessariamente se exporem. No caso idoso do Rita Vieira, por exemplo, o barbeiro que gravou as imagens até chega a confrontar o autor do abuso, e foi pelo vídeo que a investigação chegou ao suspeito.
"Aquela imagem permitiu tudo isso e trouxe à tona o caso. Ele já alimentava os cães na região há dois anos", ressalta o delegado. O suspeito já foi identificado e está foragido e a polícia aguarda o laudo da perícia feita no vídeo para indiciá-lo pelo crime de maus tratos.
Onde denunciar - Você pode ir até a delegacia que fica na Rua Sete de Setembro, 2421, no Centro de Campo Grande ou ainda enviar seu relato com imagens para o e-mail: denuncias.decat@pc.ms.gov.br Apesar da delegacia estar nas redes sociais, com uma conta oficial no Instagram, as denúncias não devem ser enviadas via direct, porque podem não ser vista em tempo hábil.