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Capital

Réu alega que confessou feminicídio sob tortura e que esposa cometeu suicídio

Adailton Freixeira da Silva, 46 anos, é julgado nesta segunda-feira por feminicídio e tortura

Dayene Paz e Bruna Marques | 21/11/2022 13:02
Adailton só respondeu as perguntas do advogado de defesa. (Foto: Paulo Francis)
Adailton só respondeu as perguntas do advogado de defesa. (Foto: Paulo Francis)

Adailton Freixeira da Silva, réu por feminicídio e tortura, julgado nesta segunda-feira (21), em Campo Grande, negou o crime. Ele afirmou que confessou, na época dos fatos, sob tortura policial, e que a esposa, Franciele Guimarães Alcântara, 36, cometeu suicídio. A mulher foi encontrada morta em 26 de janeiro, em residência do Bairro Portal Caiobá.

Perante o júri, composto por cinco homens e duas mulheres, o homem decidiu responder as perguntas apenas de sua defesa. Sobre as marcas de agressões no corpo da vítima, alegou que ela tinha doença e negou que a mantinha em cárcere. "Ela que não queria sair de casa, não queria ver a família", afirmou.

Ainda, alegou que a mulher já tinha tentado suicídio uma vez. "Ela tentou se enforcar, presenciei e tirei", alegou. Sobre o fato da namorada do filho, de 17 anos, ter ouvido barulho de agressões em uma ocasião, Adailton não soube responder.

No dia em que Franciele foi encontrada morta, ele afirma que discutiu com a esposa por causa de Érika Guimarães Alcantara de Jesus - filha apenas de Franciele. "Ela estava indo em rave e fumando maconha". Na data, confessa que apertou o pescoço de Franciele com apenas uma mão, mas não a matou. "A gente discutiu, ela então pediu o remédio dela", afirma Adailton.

O homem conta que então saiu por alguns segundos e quando retornou, já encontrou a esposa caída e em seguida chamou o filho adolescente, que estava no quarto.

O filho do casal, de 17 anos, também foi ouvido no júri e afirmou nunca ter presenciado agressões à mãe na residência onde moravam, o que contraria todas as provas obtidas na investigação policial. Por outro lado, a filha de Franciele diz que tentou resgatar a mãe várias vezes da casa, ao ver marcas de violência.

Adailton é julgado por homicídio qualificado por motivo torpe, asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio (crime de ódio contra as mulheres). Além de cárcere privado e tortura. A Justiça manteve a prisão do autor, atrás das grades desde 31 de janeiro.

Franciele foi torturada por quase um mês e morta por asfixia, no dia 26 de janeiro deste ano. Na época do crime, para a polícia, o marido, Adailton, confessou que torturava a mulher como uma forma de punição, pois ela se relacionou com outro homem quando estavam separados. Para ele, uma traição.

O júri é composto por cinco homens e duas mulheres.

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