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Capital

Sem remédios e devendo 8 milhões a médicos, Santa Casa para cirurgias

Como virou costume, hospital suspende cirurgias eletivas para pressionar poder público e receber R$ 24 milhões

Anahi Zurutuza e Fernanda Palheta | 29/10/2019 11:03
Esacheu Nascimento, presidente da Santa Casa, em entrevista coletiva (Foto: Marcos Maluf)
Esacheu Nascimento, presidente da Santa Casa, em entrevista coletiva (Foto: Marcos Maluf)

Com R$ 24 milhões para receber do Poder Público, devendo R$ 8 milhões em salários para médicos e com o estoque de medicamentos e materiais cirúrgicos em baixa, a Santa Casa cancelou as cirurgias eletivas, que não são de urgência e emergência. Desde sexta-feira (25), os procedimentos não são mais feitos.

O presidente do hospital, Esacheu Nascimento, convocou coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (29) para tornar a situação pública. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, 34 cirurgias foram canceladas até agora. Contudo, segundo Nascimento, por dia o hospital faz até 50 operações sem urgência, podendo, portanto, chegar a 250 a quantidade de procedimentos não realizada por semana.

Diariamente, a Santa Casa recebe de 150 a 200 pacientes, segundo presidente. A maior parte deles precisa passar por cirurgias. “O deficit afetou o estoque de medicamentos e materiais cirúrgicos. Chegamos ao ponto de ter só para mais uma semana, por isso decidimos paralisar as eletivas para não prejudicar as cirurgias de urgência e emergência”, alegou o Esacheu Nascimento.

Por semana, o hospital gasta R$ 1 milhão em medicamentos e insumos, também de acordo com o presidente.

Centro cirúrgico da Santa Casa (Foto: Arquivo)
Centro cirúrgico da Santa Casa (Foto: Arquivo)

Crédito – O hospital tem recursos referentes aos meses de julho, agosto e setembro para receber do Governo de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura de Campo Grande, conforme balanço divulgado hoje.

O Estado deve R$ 8,7 milhões relativos aos serviços prestados nos meses 7, 8 e 9. Já a prefeitura deve R$ 6,9 milhões por atendimentos já feitos e R$ 3 milhões para pagar por serviços de alta complexidade que estão para vencer.

A Santa Casa ainda tem R$ 6 milhões do Funserv (Fundação da Seguridade Social dos Servidores Públicos Municipais de Campo Grande) por atendimentos prestados a servidores de março a agosto.

O hospital informou ainda que há duas semanas receberam R$ 1 milhão da prefeitura e ontem (28), mais R$ 1,3 milhão foram depositados. “Nós já fizemos contato com fornecedores para comprar mais medicamentos e material, só que isso demanda tempo para chegar. Temos condições de passar mais dez dias”.

Os médicos autônomos e contratados via CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) estão sem receber os pagamentos de julho, agosto e setembro.

Esacheu Nascimento informou ainda que já comunicou a situação a MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e outros órgãos competentes, mas que o setor jurídico avalia entrar com ação para pedir o bloqueio dos valores que tem para receber das contas do governo e prefeitura.

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