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Capital

Servidoras são acusadas de eliminar prontuários psiquiátricos

Dracco deflagrou operação nesta manhã e apreende documentos no Caps e endereço de investigadas

Por Dayene Paz | 07/04/2025 08:58
Servidoras são acusadas de eliminar prontuários psiquiátricos
Viaturas em frente ao Caps, onde foi cumprida ordem de busca e apreensão. (Foto: Clara Farias)

Servidoras públicas são investigadas pela destruição de arquivos de pacientes do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) do Bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Para apreender possíveis provas, o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), deflagrou na manhã desta segunda feira (7) a Operação “S.O.S Caixa Preta”.

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Servidoras públicas do Caps Aero Rancho, em Campo Grande, são investigadas por destruir prontuários de pacientes psiquiátricos, que devem ser preservados por 20 anos. A operação "S.O.S Caixa Preta" busca provas em residências e no Caps, investigando crimes como destruição de documentos e quebra de sigilo. A ação, iniciada após denúncia da Defensoria Pública, conta com apoio do Denasus, que audita o Caps devido à gravidade dos fatos. A operação simboliza a urgência em proteger direitos de pacientes vulneráveis e a importância dos prontuários médicos.

Segundo a Polícia Civil, a investigação teve início em outubro de 2024 a partir de representação formal da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS). "(...) relatou a destruição sistemática de prontuários físicos de pacientes em tratamento psiquiátrico, documentos que devem ser preservados por, no mínimo, 20 anos, conforme legislação federal e municipal".

A polícia, então, deflagrou operação para cumprir mandados de busca e apreensão em dois endereços residenciais de servidoras públicas investigadas e nas dependências do próprio Caps III Aero Rancho. O objetivo é localizar documentos físicos, registros digitais, mídias e outros elementos que confirmem a destruição, eventual quebra de sigilo profissional e manipulação de sistemas informatizados.

Servidoras são acusadas de eliminar prontuários psiquiátricos
Policial durante cumprimento de mandado no Caps. (Foto: Divulgação)

Entre os crimes investigados, portanto, estão destruição de documento público ou particular (art. 305 e 337 do Código Penal) e quebra de sigilo funcional, sem prejuízo de outros ilícitos que eventualmente forem constatados durante a investigação criminal.

A apuração também conta com o apoio técnico do Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS), que incluiu o Caps Aero Rancho no cronograma prioritário de auditorias federais, em outubro do ano passado, em razão da gravidade dos fatos. "O Denasus já entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande e solicitou a relação de todos os prontuários físicos dos pacientes atendidos no Caps III Aero Rancho, no período de 01/01/2009 a 31/12/2024", diz nota do Dracco.

Segundo a polícia, o nome “S.O.S Caixa Preta” simboliza a emergência da situação, diante da violação de direitos fundamentais de pacientes vulneráveis. Remete à importância dos prontuários médicos como registros sigilosos e essenciais à verdade dos fatos e à continuidade do tratamento clínico - documentos esses que foram, conforme os indícios, destruídos ou ocultados sem qualquer respaldo legal, como se tentassem apagar parte da história de cada paciente.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura da Capital e aguarda retorno. Também ligamos para a secretária de Saúde, Rosana Leite. A titular está em reunião, mas afirmou que se manifestará sobre a operação por meio de nota à imprensa.

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