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Capital

Shoppings são redutos da faixa amarela e estacionar perto só pagando caro

“A gente fica sem poder estacionar em certos locais e paga o estacionamento”, diz cliente

Por Aline dos Santos e Murilo Medeiros | 07/03/2025 15:18
Shoppings são redutos da faixa amarela e estacionar perto só pagando caro
Faixa amarela e placa proibindo estacionar na Rua Paulo Coelho Machado. (Foto: Marcos Maluf)

Os shoppings espalhados por Campo Grande são parecidos não só na atividade-fim, com lojas, praça de alimentação e lazer. Os centros comerciais também são redutos da faixa amarela, que proíbe estacionar. Desta forma, parar com o veículo perto desses locais só pagando caro por uma vaga no estacionamento.

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Os shoppings centers têm se tornado locais de grande concentração de veículos, especialmente na faixa amarela, onde o estacionamento é mais caro. Essa tendência reflete a busca por conveniência e segurança, mas também resulta em custos elevados para os motoristas que desejam estacionar próximo aos estabelecimentos. A situação levanta questões sobre a acessibilidade e a política de preços dos estacionamentos, impactando tanto consumidores quanto lojistas. A discussão sobre alternativas de mobilidade e a revisão das tarifas de estacionamento se tornam cada vez mais relevantes.

Ana Carolina Gonçalves, 22 anos, conta da logística para escapar do gasto extra. “Eu acho que deveria ser mais barato. Trabalho fazendo entregas. Sempre entro e tenho que sair rápido para não bater o horário do estacionamento. Mesmo se ficar menos de uma hora, seria R$ 15. Não é justo. E lá fora não pode estacionar. Às vezes tenho que parar bem mais lá na frente, se quero ficar mais tempo”.

O contabilista Valmir Alencar, 65 anos, reclama do que considera excesso de faixa amarela na cidade. “A estrutura do estacionamento é boa, mas acho meio caro. E lá fora não tem como estacionar. Aliás, em Campo Grande, de uma maneira geral, 80% são faixa amarela. Estão dando prioridade para a faixa amarela, a gente fica sem poder estacionar em certos locais e paga o estacionamento”.

Para Geovana Marques Mourão, 30 anos, o valor do estacionamento dos shoppings não é justo, mas opta pelo serviço privado por conta da segurança. “Porque se deixo o carro lá fora pode acontecer acidente, alguém bater".

Shoppings são redutos da faixa amarela e estacionar perto só pagando caro
Na Avenida Afonso Pena, lateral de shopping tem corredor de ônibus. (Foto: Marcos Maluf)

 No Shopping Campo Grande, a faixa amarela marca presença na Afonso Pena, onde há um corredor do transporte coletivo, e na Rua Paulo Coelho Machado. Na rua, também conhecida como Furnas, é bastante comum ver carros estacionados, apesar da placa de proibido estacionar. O estacionamento privado é R$ 15 a hora, com hora adicional a R$ 3.

Na via, só quem tem autorização para estacionar são os taxistas. “Mas a gente paga por isso aqui, não é de graça”, afirma Danilo Rosa de Oliveira, 71 anos e taxista há mais de duas décadas. Em 2024, o pagamento foi de cinco parcelas de R$ 187 pela ocupação do solo, perfazendo o total de R$ 935.

Shoppings são redutos da faixa amarela e estacionar perto só pagando caro
Placa alerta para proibição de estacionar ao lado de shopping. (Foto: Marcos Maluf)

Contudo, os taxistas sempre têm vizinhos na faixa amarela. “Em Campo Grande, ninguém respeita a lei de trânsito. Pode ter placa, mas o pessoal larga aí e vai embora, vai almoçar. Quando a fiscalização passa, multa. Se você dirige, sabe que ninguém respeita”, diz o taxista.

No Shopping Norte Sul Plaza, no Bairro Jockey Clube, a faixa amarela e placas proibindo estacionar se repetem. A proibição está demarcada na Avenida Ernesto Geisel e nas vias laterais, como a Rua Cubatão. Já dentro do estabelecimento, o estacionamento custa R$ 14 a primeira hora, sendo R$ 2 a hora adicional.

Mais afastado das áreas densamente povoadas, o Shopping Bosque dos Ipês, na saída para Cuiabá, tem a mesma proibição de estacionar. Com exceção da Avenida Cônsul Assaf Trad, o entorno tem pouco fluxo de veículos. Mas a proibição de estacionar é a mesma.

Shoppings são redutos da faixa amarela e estacionar perto só pagando caro
Na Rua Cubatão, ao lado de shopping, somente caminhão pode parar para carga e descarga. (Foto: Marcos Maluf)

 Conforme divulgado na página do centro comercial, a gratuidade é por 15 minutos. A primeira hora de estacionamento custa R$ 13, com hora adicional de R$ 2. Para motocicleta, a primeira hora é R$ 8, com adicional de R$ 2 a hora. Em caso de eventos (shows, palestras, formaturas), o valor é de R$ 50. De segunda a sexta-feira, das 11h às 14h (exceto feriado), consumindo R$ 25 na praça de alimentação, o estacionamento é gratuito.

Exceção – Localizado na Rua Marechal Rondon, Centro de Campo Grande, o Shopping Pátio Central é exceção nesse cenário de “proibido estacionar”. Em frente ao local, carros podem estacionar, mas a maior parte é destinado a motocicletas.

Shoppings são redutos da faixa amarela e estacionar perto só pagando caro
Na Rua Marechal Rondon, Centro da cidade, estacionamento é liberado em frente a shopping. (Foto: Marcos Maluf)

A reportagem questionou a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) sobre os critérios para a faixa amarela em Campo Grande, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria. Os pedidos foram encaminhados desde quinta-feira (dia 6).

Ontem, o Campo Grande News também solicitou entrevista ao diretor-presidente da Agetran, Paulo da Silva, mas ele informou que não tinha horário na agenda e que a sexta-feira estava “tomada” de compromissos.

O jornal fez contato com os shoppings Campo Grande, Norte Sul Plaza e Bosque dos Ipês para verificar se solicitaram a faixa amarela no entorno. A reportagem aguarda o retorno.

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