Sobrado que virou “minicracolândia” recebe novo mutirão para retirada de lixo
Imóvel fica na Travessa Novo Rumo e foi alvo de força-tarefa para limpeza em julho do ano passado
Personagem frequente do noticiário campo-grandense, o sobrado abandonado localizado na Travessa Novo Rumo, Vila Nhanha, na Capital, recebe nesta terça-feira (1º) novo mutirão de limpeza realizado pela Prefeitura de Campo Grande com apoio da Guarda Civil Metropolitana e da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista).
RESUMO
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A Prefeitura de Campo Grande realiza um mutirão de limpeza em um sobrado abandonado na Vila Nhanha, conhecido como "minicracolândia", com apoio da Guarda Civil e Decat. O local, que abriga usuários de drogas, acumula lixo, fezes e restos de comida. Cerca de 20 pessoas foram encontradas, mas ninguém foi preso. A ação visa melhorar as condições de vida dos vizinhos, que sofrem com o mau cheiro e insegurança. O imóvel está em processo de leilão, mas enfrenta entraves judiciais. Limpezas anteriores não resolveram o problema, que persiste há anos.
A ação começou por volta das 8h de hoje e conta com servidores das secretarias municipais de Infraestrutura e Serviços Públicos e de Administração. Além de duas retroescavadeiras e três caminhões para a retirada de todo o lixo do sobrado e de outra casa abandonada também usada como abrigo por usuários de drogas.
O titular da Sisep, secretário Marcelo Miglioli esteve presente na ação, porém quando a equipe do Campo Grande News chegou ele já não estava mais no local.
Vizinha do imóvel, a dona de casa Solange Bertolino, 58 anos, contou que convive com o cheiro forte, barulho e infestação de bichos, bem como o medo por conta das brigas há anos. “Eles perturbam 24 horas todos os dias. Se machucam nas brigas, tem muito lixo aqui. Eles recebem para limpar quintais e trazem tudo para cá. Já ofereci saco de lixo para eles, mas pegam para vender e trocar por droga”, relatou.
“Tem muito cheiro de fezes e de mofo. Eu fico trancada o dia todo com cadeado. Antes atendida meus clientes aqui, agora só online. É bom que estão fazendo essa limpeza, mas a tarde já vai estar todo mundo de volta aqui”, pontuou Solange.
Conforme apurou a reportagem, dentro dos dois imóveis foram encontradas cerca de 20 pessoas e pequenas porções de crack e cocaína. Ninguém foi preso. Além de muito lixo, fezes humanas, resto de comida e roupas.
De acordo com os vizinhos as casas estão sendo leiloadas. No entanto, a informação ainda não foi confirmada pela prefeitura.
Outra limpeza - Em julho de 2024, força-tarefa retirou montanha de lixo do sobrado abandonado. O trabalho foi realizado após denúncias de moradores que estavam incomodados com a sujeira, brigas e furtos de fiação. Na ocasião, o imóvel conhecido como "minicracolândia", já havia sido mostrado em reportagem.
Durante o mutirão, o chefe de serviço de controle de leishmaniose e chagas da Coordenadoria de Endemias Vetoriais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) Mário Márcio Oliva, chegou a relatar que a dona do sobrado morreu e o imóvel não havia passado por inventário, por isso estava sem destinação definitiva.
Os herdeiros também não resolveram a pendência burocrática e alguns já teriam morrido também. Segundo Oliva, já houve tentativa de demolição, mas foi impedida por medida judicial de advogado da família.
"Famoso" - No ano de 2017, a “minicracolândia” já existia. Imagens do Google mostram que em 2011, a casa ainda tinha portão, portas e janelas, mas seis anos depois o cenário já muda, mostrando lixo na frente do imóvel e a falta de um dos portões.
Em 2019 o local foi alvo de incêndio. Um morador de rua ateou fogo no em um cômodo da casa durante um surto. Guarda-roupas e colchão que estavam no espaço foram destruídos. As chamas foram controladas por equipes do Corpo de Bombeiros.
Já no dia 29 de outubro de 2022, um cadeirante chegou a ficar com fratura exposta ao ser agredido por três homens no local.
Em maio de 2023, o Campo Grande News já havia mostrado a situação do imóvel. Em janeiro do ano anterior, imagens do Google mostravam que o sobrado já era abrigo e que havia até uma placa com regras de conduta para os moradores. “Proibido zua a rua” e “respeita a vizinhança”.
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