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Capital

Sonhos de menino morto atropelado se dividiam entre futebol e canto

Guilherme Henri | 21/06/2016 13:09
Luiz Henrique Soares era uma criança alegre e extrovertida (Foto: Divulgação)
Luiz Henrique Soares era uma criança alegre e extrovertida (Foto: Divulgação)

Como a maioria dos garotos de sua idade, Luiz Henrique Soares, 5 anos, alimentava um sonho para o futuro: queria ser um famoso jogador de futebol. Também adorava as aulas de canto e esperava ansioso às sextas-feiras, quando o cardápio do projeto social, da Associação dos Amigos da Criança e do Adolescente, que participava é macarrão à bolonhesa, conta a professora Vera Lucia de Oliveira, 45 anos.

Porém, a trajetória do pequeno Luiz foi interrompida repentinamente na tarde de ontem (20), quando em um momento de distração o menino soltou a mão da irmã, de 14 anos, e foi até o meio da Rua Acrópole, no bairro Danúbio Azul, onde morreu ao ser atropelado por um motociclista de 17 anos. Ele voltava para casa na companhia dos irmãos, depois de passar a tarde no projeto.

Segundo a professora, Luiz era um dos mais novos dos cinco irmãos e mesmo com as dificuldades financeiras que a família enfrentava era uma criança alegre e extrovertida. “A última coisa que Luiz fez foi cantar na aula do coral”, desabafa a professora, que acompanhava o garoto no projeto de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.

A última atividade que Luiz realizou no projeto foi uma aula de canto (Foto: Divulgação)
A última atividade que Luiz realizou no projeto foi uma aula de canto (Foto: Divulgação)

Para a presidente da associação, Elza Barbosa Coelho, 71 anos, o menino não foi apenas vítima de um piloto não habilitado, mas do trânsito caótico do bairro, que não possui sinalização. “Ruas sem lombada, placas e sinalização. Essa é a realidade do bairro, que ainda conta com motoristas em alta velocidade e motoristas não habilitados como o que atropelou Luiz”, afirma.

O cenário apontado pela presidente foi evidenciado no cruzamento próximo da igreja Batista, na rua Fenicia, onde o menino é velado: vias sem placas, sinalização ou redutores de velocidade. “A maioria dos cruzamentos são desse jeito”, completa ela.

O menino será sepultado às 15h, no cemitério Cruzeiro.

A maioria das ruas do bairro em que o menino morava não possuem sinalização (Foto: Guilherme Henri)
A maioria das ruas do bairro em que o menino morava não possuem sinalização (Foto: Guilherme Henri)
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