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Capital

Superlotadas, delegacias registram até morte e podem ser interditadas

Aliny Mary Dias e Graziela Rezende | 06/08/2013 09:26
Greve de agentes penitenciários começou na última quinta-feira (Foto: Marcos Ermínio)
Greve de agentes penitenciários começou na última quinta-feira (Foto: Marcos Ermínio)

A greve dos agentes penitenciários estaduais chega ao 6º dia e o não recebimento de detentos nas unidades já superlota o trabalho nas delegacias da Polícia Civil em Campo Grande. Segundo o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), as duas Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) estão com a lotação das celas quase cinco vezes maior do que a capacidade e a morte de um preso também foi registrada na noite de ontem (5).

O presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa, explica que os policiais civis já cogitam a interdição das delegacias se nenhuma atitude for tomada por parte do Estado ou se a greve dos servidores não acabar.

“As delegacias também não possuem estrutura alguma para cuidar de preso. Sem uma política de segurança pública, um problema como esse iria ‘explodir’ a qualquer momento”, afirma Barbosa.

Nesta terça-feira (6), as duas Depacs estão com 37 detentos nas celas, 19 na Depac do Centro e outros 18 na Vila Piratininga. “Ao invés de ir para rua, os policiais precisam ficar na delegacia para cuidar de preso e isso não é a atribuição deles. O trabalho está prejudicando a população”, explica o presidente do Sinpol.

Ainda de acordo com o sindicato, o problema já começa a gerar problemas maiores. Na noite desta segunda-feira (5), um preso com tuberculose teve que ficar em uma cela com outros detentos por falta de espaço para ser isolado. A situação foi registrada na Depac do Centro.

Na mesma cela, outro detendo passou mal e precisou ser socorrido para a Santa Casa de Campo Grande. O preso deu entrada no pronto socorro, mas morreu pouco depois de ser atendido. O sindicato afirma que a Vigilância Sanitária será acionada ainda hoje para que uma inspeção seja feita nas celas.

Uma reunião entre o chefe da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Wantuir Jacini, e representantes da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) está marcada para o fim da manhã de hoje para tratar sobre o assunto.

O Sinpol deve definir ainda hoje a data para uma assembleia geral dos policiais civis que irá definir a interdição das celas já que a decisão drástica por parte dos agentes penitenciários, por dez dias, ocorreu por conta da superlotação dos presídios, da falta de servidores e da situação degradante em que estariam os presos.

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