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Capital

Suspeito de executar adolescente, pistoleiro do PCC era monitorado há uma semana

Rapaz tinha plano de atentado contra policiais e foi morto pelo Choque nesta madrugada

Dayene Paz e Bruna Marques | 02/03/2023 08:54
Marca de tiro em porta de quitinete onde Thiago estava ficando. (Foto: Marcos Maluf)
Marca de tiro em porta de quitinete onde Thiago estava ficando. (Foto: Marcos Maluf)

Morto em troca de tiros com o Batalhão de Choque, Thiago Felipe Peralta Alecrim, 27 anos, o "pistoleiro do PCC", era suspeito da execução de um adolescente de 17 anos, no dia 23 de fevereiro, na Vila Santo Eugênio, em Campo Grande. Thiago Felipe já era monitorado há uma semana e, segundo a polícia, planejava atentado contra a PM para vingar a morte de um comparsa.

Ele, por meio de um amigo, alugou um dos quartos da quitinete na Vila Albuquerque há cerca de três meses. "Escutei uma barulheira e só um tiro. Foi uma correria, mas não desci para ver e nem abri a janela", disse uma moradora do condomínio, que terá a identidade preservada. Na porta de entrada do quarto há apenas uma marca de tiro. A moradora disse que Thiago era novo no local e não o conhecia.

Outro morador da região, autônomo, de 78 anos, conversou com a reportagem do Campo Grande News na manhã desta quinta-feira (2) e também pediu para ter a identificação preservada. Ele contou que "já esperava por isso", se referindo ao confronto. "A polícia esses tempos atrás me procurou e informou que estava atrás de uma pessoa e que essa pessoa poderia estar infiltrada aqui".

Condomínio de casas, na Vila Albuquerque, onde ocorreu confronto. (Foto: Marcos Maluf)
Condomínio de casas, na Vila Albuquerque, onde ocorreu confronto. (Foto: Marcos Maluf)

Segundo o idoso, outro rapaz que alugou a quitinete, mas frequentava pouco o local. Thiago passou a dormir na quitinete há uma semana, mesmo período que começou a ser monitorado pela polícia. "Eu vi ele aqui e estranhei, porque não conhecia. Perguntei se era parente do menino que alugou, ele disse que era amigo. Falou que tinha vindo passar uns dias e depois já ia embora", descreve.

A polícia chegou a instalar câmera de segurança para monitorar Thiago. "Falou que ia ficar cuidando. Eles tinham uma foto desse rapaz [Thiago], falei que era a pessoa que estava na quitinete. Falaram que iam ficar de olho para ver se ele continuava frequentando ou se seria passageiro", diz.

Segundo apurado pela reportagem, Thiago Felipe era suspeito pela morte de um adolescente, de 17 anos, na noite do dia 23 de fevereiro, na Vila Santo Eugênio. O menor foi assassinado com, ao menos, dez tiros, ao ser surpreendido por uma dupla de moto, na Rua Paraisópolis. O adolescente era traficante, com longa ficha criminal. A motivação do crime seria dívida de droga.

Troca de tiros - Thiago Felipe foi localizado na madrugada de hoje após denúncia anônima que chegou à Polícia Militar. O Batalhão de Choque informou à imprensa que Thiago estava foragido e tinha um plano de atentado contra policiais para vingar a morte de um comparsa.

Diante das informações, os militares foram até o endereço informado, o condomínio de casas na Vila Albuquerque. Ao anunciar que se tratava da polícia, Thiago passou a disparar uma arma de fogo e os policiais revidaram, acertando um tiro no tórax do homem, que ainda respirava, e foi socorrido. Contudo, não resistiu e morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário.

Com Thiago, segundo o Choque, foi encontrado um revolver calibre 38 com quatro cápsulas deflagradas e uma munição intacta. No local ainda foram localizadas balanças, celulares, um fuzil de airsoft e uma identidade com a foto de Thiago, mas com nome de outra pessoa.

Peralta tem uma extensa ficha criminal desde quando era menor de idade, por crimes de lesão corporal dolosa, tráfico de drogas e desacato. Já na maioridade, além de homicídios, tem passagens por porte de arma, tráfico de drogas, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, receptação qualificada e violência doméstica, incluindo uma condenação por roubo. Durante a ocorrência, os policiais encontraram documento falso, que era utilizado por ele.

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