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Capital

Vaga para comprar gás esgota antes do botijão chegar nas revendas

Quantidade de vasilhames liberados pelas distribuidoras ainda não atende toda demanda e para garantir vasilhame é preciso agendar

Danielle Valentim e Bruna Kaspary | 05/06/2018 08:41
"Às vezes o caminhão chega feito cegonha, com um monte de carro atrás e os botijões nem entram são vendidos na rua mesmo”, diz comerciante. (Foto: Saul Schramm)
"Às vezes o caminhão chega feito cegonha, com um monte de carro atrás e os botijões nem entram são vendidos na rua mesmo”, diz comerciante. (Foto: Saul Schramm)

A greve nacional dos caminhoneiros encerrou no dia 30 de maio, mas pouca coisa se normalizou nos últimos dias. Nesta segunda-feira (5), por exemplo, seis dias após o fim da paralisação revendas de gás de Campo Grande ainda fazem o agendamento de clientes que desejam comprar o produto, afinal, a quantidade liberada pelas distribuidoras “esgota antes de chegar à loja”.

O desabastecimento das reservas nas distribuidoras têm feito com que a liberação para as revendas seja fracionada. Por exemplo, o revendedor liga e pede 400 vasilhames, no entanto, são liberados apenas 50. Para conseguir atender os clientes, os comerciantes abrem um agendamento para reserva de botijões, mas as “vagas” esgotam antes das 11h. Os botijões têm sido vendidos pelos valores de R$ 75 a R$ 109.

No Guanandi, na revenda de José Cassiano, de 53 anos, há uma semana não chegam botijões. Segundo ele, há previsão de novo carregamento no fim da tarde. “Devem chegar, apenas, 80 botijões. As vezes o caminhão chega feito cegonha, com um monte de carro atrás e os botijões nem entram são vendidos na rua mesmo”, disse.

O posto de combustível, da Bandeirantes com a Salgado Filho, que também revende gás está sem abastecimento desde o início da greve. Há previsão de chegada até a próxima quinta-feira (7). Já em uma revenda da Rua Spipe Calarge, na Vila Carlota, entregas fora do bairro estão suspensas.

No Plantão Gás Copagaz, na Rua Dr. Meirelles, Bairro Coronel Antonino, as ligações chegam da cidade inteira. A loja também tem trabalhado com agendamento, mas as reservas esgotam antes dos botijões chegarem.

O comércio, que está recebendo ligações da cidade inteira, tem ofertado gás com base em previsão de entrega da distribuidora. A revenda ressalta que o estoque da loja esgotou em pouco tempo, porque muitos clientes fizeram reservas com botijões botijões extras.

O presidente do Simpergasc (Sindicato das Micro, Pequenas Empresas e Revendedores Autônomos de GLP, Gás Canalizado e Similares do Estado de Mato Grosso do Sul), Vilson de Lima, acredita que a situação seja normalizada em apenas dez dias.

Ele afirma que a entrega é limitada para as revendedoras, mas o número de produtos continua o mesmo – cerca de 16 mil –, porém não atende a demanda. “Tem lugar que consegue trabalhar um dia e fecha dois, o estoque zerou. [Os botijões] estão chegando normal, mas ainda não atende a demanda”, diz.

Mato Grosso do Sul conta atualmente com 5,6 mil empresas. Pelo menos 1,3 mil delas atuam em Campo Grande.

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