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Capital

Vereadores querem que MP apure suspeita de paralisação forçada por empresas

Parlamentares suspeitam que o Consórcio Guaicurus e o sindicato tenham induzido à suspensão dos ônibus

Por Ketlen Gomes e Mylena Fraiha | 23/10/2025 15:51
Vereadores querem que MP apure suspeita de paralisação forçada por empresas
Nesta quarta-feira o transporte público da Capital parou de funcionar por duas horas. (Foto: Marcos Maluf)

Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande afirmaram que vão acionar o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para investigar a paralisação do transporte público ocorrida na quarta-feira (22). Há suspeita de que o Consórcio Guaicurus e o SITTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande) tenham forçado motoristas a interromper as atividades por cerca de duas horas.

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Vereadores de Campo Grande anunciarão ao Ministério Público suspeitas de irregularidades na paralisação do transporte público ocorrida na quarta-feira. Há indícios de que o Consórcio Guaicurus e o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo teriam forçado a interrupção das atividades. A paralisação, que durou duas horas e afetou mais de 152 mil usuários, foi motivada pelo atraso no pagamento do adiantamento salarial dos motoristas. O sindicato ameaça nova paralisação caso o pagamento não seja regularizado até segunda-feira. A prefeitura afirma estar em dia com suas obrigações financeiras junto ao consórcio.

Ontem, o vereador Maicon Nogueira (PP) já havia dito ter recebido denúncias de funcionários e ex-funcionários de que o sindicato estaria atuando em defesa dos interesses do consórcio. Nas redes sociais, o parlamentar afirmou ontem que “a empresa controla o sindicato” e que nem todos os trabalhadores sabiam da paralisação.

“Tem como comprovar: há vários depoimentos de pessoas que trabalham e trabalharam. Vou resguardar a identidade dos que ainda estão na ativa, porque pediram anonimato por temerem represálias”, afirmou Maicon.

O vereador informou ainda que vai assinar requerimento pedindo esclarecimentos ao Consórcio Guaicurus sobre a paralisação. O também vereador Wilson Lands (Avante) declarou que pretende protocolar o documento e encaminhar cópias ao MPMS, solicitando investigação sobre a conduta da empresa durante a suspensão do serviço. O presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), disse que a Casa vai apoiar a iniciativa.

“É importante que haja uma denúncia formal, vereador Wilson Lands, para que a gente possa averiguar isso a fundo. Assim, não fica mais uma matéria de ‘disse me disse’. Pagou ou não pagou, fez ou não fez, deve ou não deve. E a população de Campo Grande continua sem ônibus”, declarou Papy.

Maicon Nogueira também defendeu a abertura de uma investigação criminal. “A polícia pode pedir as imagens, fazer a quebra de sigilo e solicitar os telefones dos diretores do sindicato e da empresa; é um crime grave, uma omissão de serviço”, ressaltou.

A paralisação dos ônibus foi anunciada pelo SITTCU na manhã de quarta-feira (22), poucas horas após reunião com o Consórcio Guaicurus sobre o pagamento do adiantamento salarial dos motoristas, o “vale”, que deveria ter sido depositado na segunda-feira (20).

O presidente do sindicato, Demétrio Freitas, disse que foi o primeiro atraso registrado neste ano, mas mesmo assim decidiu suspender o transporte por cerca de duas horas, afetando mais de 152 mil estudantes e trabalhadores.

Ainda na quarta, Demétrio afirmou que o consórcio havia comunicado, na reunião de terça-feira (21), que não tinha recursos para efetuar o pagamento. Segundo ele, após a paralisação, a empresa não voltou a procurar o sindicato para negociar e, caso o depósito não ocorra até segunda-feira (27), uma assembleia será convocada para discutir uma possível greve geral.

A Prefeitura de Campo Grande informou, por meio de nota, que está “rigorosamente em dia com todas as suas obrigações de pagamento junto ao Consórcio Guaicurus” e que não há impedimentos administrativos para os repasses.

“O financiamento do transporte coletivo urbano envolve diferentes fontes pagadoras e, neste momento, há parcelas de outras origens ainda pendentes, o que impacta temporariamente o custeio do serviço”, declarou o município.

Procurado, o Consórcio Guaicurus respondeu que “não se posiciona em relação a especulações”. O presidente do sindicato foi contatado, mas não retornou até o fechamento da reportagem.

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