Vítima de feminicídio fazia programas para sustentar os filhos, conta a amiga
Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, é a 32ª mulher morta em Mato Grosso do Sul neste ano
Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, a 32ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano, morreu trabalhando como garota de programa para sustentar os cinco filhos, conta uma amiga próxima. Ela foi assassinada a facadas na noite de terça-feira (28), no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, por homem que, conforme uma das linhas de investigação, não quis pagar pelo serviço.
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Luana Cristina Ferreira Alves, 32 anos, tornou-se a 32ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2023. A mulher, que trabalhava como profissional do sexo para sustentar seus cinco filhos, foi morta a facadas no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, na noite de terça-feira. O suspeito, Gilson Castelan de Souza, 48 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Ele já era procurado por outro feminicídio cometido em 2022, quando matou sua companheira com 13 facadas em Várzea Grande (MT). A motivação do atual crime ainda está sob investigação.
Ferida, Luana ainda correu por cerca de uma quadra, da Rua Maicuru até a Rua Vaupés, em busca de ajuda, mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito, Gilson Castelan de Souza, de 48 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar. A real motivação do crime ainda é investigada pela Polícia Civil.
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Amiga da vítima, de 27 anos, que pediu para não ser identificada e trabalha como manicure, contou ao Campo Grande News na manhã de hoje que Luana havia acabado de enviar uma mensagem antes de morrer. “Ela disse que ia atender um cliente e depois viria pra minha casa. Ela vinha todos os dias. No outro dia, quem me avisou foi minha vizinha. Quando vi o nome, percebi que era ela. Todo mundo aqui do bairro ficou indignado.”
Segundo a amiga, Luana e ela se conheciam há mais de sete anos e tinham uma rotina diária de convivência. “Ela vinha tomar café comigo, ajudava a levar minhas meninas pra escola. Era como uma irmã. Ela já era da minha família”.
A mulher contou que Luana fazia programas há algum tempo e nunca escondeu o motivo. “Ela fazia porque era sozinha e tinha que ajudar os pais e os filhos. Dizia que era dinheiro fácil, mas era o que dava pra fazer. Nós somos mães, e o dinheiro do serviço normal demora um mês pra cair. As crianças não esperam. Ela fazia por necessidade.”
Mãe de cinco filhos, abandonados pelos pais, Luana ajudava a sustentar as crianças que moravam com a avó materna. “Ela era uma ótima mãe; fazia tudo por eles”, relembra a amiga.
Ela também contou que a rotina de Luana costumava ser previsível: passava o dia na casa da amiga e, à noite, voltava para casa ou atendia clientes. “Ela nunca atendia cliente à noite. Nesse dia, foi diferente”, disse.
O crime, ocorrido no fim da noite, quebrou esse padrão. “Ela mandou um áudio dizendo que, em meia hora, estaria aqui. Depois não veio. Achei que tivesse ido para casa, como sempre fazia. No outro dia, veio a notícia.”
Abalada, a amiga resume o sentimento de perda: “Acordo e parece que ela vai mandar mensagem perguntando se já fiz o café. Foram sete anos juntas, todo dia. É difícil acreditar que acabou assim.”
O crime – Luana foi atacada enquanto estava sentada em uma cadeira no pátio da empresa onde Gilson trabalhava. O crime foi presenciado por colegas de trabalho, que correram ao ver o agressor desferindo os primeiros golpes. Ferida, a vítima conseguiu se levantar e correr por alguns metros até a Rua Vaupés, onde caiu na entrada de uma residência, pedindo socorro. "Por favor, não me deixe morrer", pedia à moradora do imóvel.
A equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) tentou reanimá-la, mas Luana entrou em parada cardiorrespiratória e morreu antes de ser levada ao hospital. A jovem foi sepultada na quinta-feira (30) no Cemitério Parque de Campo Grande.
O suspeito foi preso em flagrante minutos depois pela Polícia Militar. Ele foi encontrado caminhando nas proximidades, portando a faca usada no crime. Durante a abordagem, confessou o assassinato e afirmou ter cometido o ato “por raiva”.
Gilson Castelan era procurado pelas autoridades desde 17 de junho de 2022. Naquela data, matou a companheira com 13 facadas em Várzea Grande (MT). Sibelne Duroure da Guia tinha 40 anos e deixou quatro filhos.
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