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Cidades

Família de músico com meningite suspeita que negligência causou morte

Elverson Cardozo | 18/07/2013 15:58

A família do músico Helton Sambrana Maia, 29 anos, que morreu na madrugada deste domingo (15), com suspeita de meningite bacteriana, vai pedir o prontuário de atendimento dele no posto de saúde do Guanandi, onde o rapaz deu entrada duas vezes e, na última, saiu em estado grave, direto para a Santa Casa, aonde veio a óbito. Familiares suspeitam que houve negligência médica.

O irmão gêmeo dele, Herlon Sambrana Maia, de 29 anos, disse que a intenção é saber como foi feito o atendimento, quais as medicações e as doses prescritas.

“Não estamos acusando ninguém, mas queremos saber o que aconteceu lá”, disse, ao contar que, no sábado (14), quando o irmão retornou, pela segunda vez, à unidade de saúde, já inconsciente, a equipe médica perguntou, reiterada vezes, se Helton era usuário de drogas ou tomava remédio para emagrecer.

A família suspeita que Helton tenha sido medicado de forma errada e, por isso, o quadro pode ter se agravado. Na sexta, quando o músico começou a passar mal, ele foi levado para o posto de saúde do Guanandi, por volta das 23h30. Lá, de acordo com relatos, o rapaz tomou soro e foi liberado, mas, no dia seguinte, acordou inconsciente. Não reconhecia nem o irmão.

Voltou, novamente, ao posto, onde foi encaminhado, segundo Herlon, diretamente para a emergência. “Coloram ele em uma maca e começaram o procedimento. Como ele estava agitado, o amarraram. Depois, perguntaram se ele usava droga, porque parecia que estava drogado, mas já era sintomas da meningite, só que eles não trataram como isso”, suspeita.

O paciente, afirmou, já em estado grave, “roxo”, com o tórax e o pescoço inchados e com dificuldade para respirar, foi entubado e, por volta das 12h, encaminhado à Santa Casa de Campo Grande. No hospital, Herlon também afirma que a família ficou sem informações e só foi atendida, depois de muita insistência, às 17h, por uma enfermeira que tranquilizou a todos. Só depois das 21h é que um médico teria saído para falar com os familiares. “Ele falou que o estado era muito grave e que o Helton poderia vir a óbito”, relatou.

Embora esteja descontente com o atendimento dispensado no hospital, o músico afirma que a família quer saber mesmo o que aconteceu no posto de saúde do Guanandi. “Acho que eles trataram como usuário de droga e derem o medicamento errado. Não suspeitaram de meningite. Não pediram nem um exame de sangue”, declarou, ao dizer que ainda não sabe como vai pedir os prontuários, mas cogita, se necessário, acionar uma assessoria jurídica.

A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que o atendimento dispensado ao músico Helton Sambrana foi realizado em tempo hábil e tudo o que a equipe médica do hospital poderia fazer, foi feito. Aos familiares que se sentiram descontentes com o atendimento dispensado, a orientação é procurar a diretoria da unidade para formalizar a reclamação porque, só assim, a entidade poderá melhorar cada vez a qualidade da prestação de seus serviços.

A reportagem do Campo Grande News procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande, mas ainda não obteve retorno.

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