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Cidades

Funcionário filma lotação em hospital e reclama de falta de estrutura

Thiago de Souza | 30/12/2015 18:04
Quadro informa pacientes que hospital opera acima da capacidade. (Foto: Thiago de Souza)
Quadro informa pacientes que hospital opera acima da capacidade. (Foto: Thiago de Souza)
Recepção do Pronto Atendimento Médico estava cheio na tarde de hoje. (Foto: Thiago de Souza)
Recepção do Pronto Atendimento Médico estava cheio na tarde de hoje. (Foto: Thiago de Souza)

Denúncia feita por um profissional de saúde do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, aponta que superlotação, falta de enfermeiros e equipamentos com defeito põem em risco a vida de pacientes do local, principalmente aqueles em estado mais grave. O Governo do Estado refuta que haja riscos a quem é atendido na unidade, destacando a contratação de profissionais e a manutenção de equipamentos.

Setores do hospital, como a ala vermelha, que tratam os casos mais urgentes, estariam atendendo o dobro da capacidade. O funcionário não quer se identificar, mas, segundo relata, na terça-feira (29), no setor que atende os casos mais graves do hospital, 14 pacientes estavam onde há sete vagas disponíveis.

Segundo o denunciante, que encaminhou um vídeo para o Campo Grande News, no momento da filmagem, havia 16 pacientes sendo atendidos na ala vermelha. Ainda segundo a denúncia, o número de enfermeiros para o atendimento é pequeno e prejudica os trabalhos. “Isso porque ainda não é fim de semana nem feriado”, denunciou. O número de enfermeiros escalados é de 30 por plantão, diz, mas “não chega nem a 22 efetivamente”.

No vídeo, de 31 segundos, é possível ver funcionários atendendo três pacientes em aparente situação grave, em um pequeno espaço disponível dentro da ala vermelha. O trecho registrado mostra nove pessoas internadas e ao menos 15 funcionários.

O relato inclui que, durante o plantão de terça, um duto de oxigênio ficou sem funcionar por cerca de uma hora e meia. Por isso, neste período foi preciso que os funcionários fizessem manualmente o procedimento de respiração mecânica em alguns pacientes, até o problema ser resolvido.

Outra reclamação é sobre falta de leitos no CTI (Centro de Terapia Intensiva). Há casos em que pacientes graves estariam esperando até dois meses para conseguir uma vaga.

Outro lado – Procurado para comentar a denúncia, o Governo do Estado, por meio da assessoria de imprensa, encaminhou nota em que o diretor-presidente do HR, Justiniano Vavas, informa que em sua gestão foram chamados 33 enfermeiros aprovados em concurso e contratados 88 técnicos. "A prioridade é atender as áreas críticas", cita.

Em relação à falta de vagas no CTI, Vavas disse que os pacientes não conseguem o leito imediatamente, mas a alocação de vagas é feita dentro de um critério técnico. Neste sentido, garante ser improcedente a informação sobre a espera de até dois meses.

Sobre a manutenção de equipamentos, o diretor-presidente diz não haver problemas de tubulação. "Inclusive, há manutenção de plantão 24 horas para cuidar disso", traz a nota.

Demanda – Na tarde desta quarta-feira (30), a reportagem esteve no HR. No tempo em que permanecemos no local, foi possível observar, no PAM (Pronto Atendimento Médico), a todo momento a chegada de ambulâncias provenientes de diversas cidades do interior do Estado.

A recepção do hospital estava lotada. Funcionários, que não quiseram se identificar, disseram que o problema não é simplesmente falta de profissionais, mas também de espaço por conta da alta demanda.

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