“No lugar errado e na hora errada”, diz irmão de jovem executado na fronteira
Executado a tiros no sábado (09) Alessandro Nunes Moura, de 20 anos, havia se formado em Engenharia Civil há cerca de 15 dias, segundo o irmão da vítima
Apontado pela polícia Paraguaia como suspeito de participação no assassinato de um policial civil na fronteira, Alessandro Nunes Moura, 20, que foi executado a tiros no último sábado (9), era segundo a família um jovem trabalhador e esforçado.
De acordo com irmão do rapaz, Edemir Nunes de Moura, a vítima havia se formado em Engenharia Civil há cerca de 15 dias, antes do crime. Desde adolescente o jovem ajudava o irmão e o pai na marcenaria da família, onde também eram fábricados rodos.
“Logo depois, teve interesse em trabalhar como serralheiro e com isso conseguiu conquistar a confiança de muitos clientes graças aos seus serviços, sempre muito bem feitos na construção de estruturas metálicas, portões e grades”, comentou. Edemir ressalta que o irmão, tinha um perfil diferente do que a polícia associa ao envolvimento com o crime organizado na fronteira.
“Seus sonhos e projetos foram interrompidos por uma fatalidade desumana e brutal por estar no lugar errado e na hora errada. Todos os meus familiares e os nossos amigos são testemunhas da grande pessoa de coração gigante que o meu irmão foi para todos nós”, lamentou ao lembrar o irmão.
O caso - Alessandro Nunes Moura, 20, foi fuzilado quando estava com o primo, Gabriel Zaracho Moura, 16, e com o paraguaio Cesar Ortiz Zorrilla, 38, diretor da rádio Tupi FM, de Pedro Juan Caballero. As três vítimas estavam em um Golf preto com placa brasileira quando foram atacados pelos pistoleiros em uma caminhonete Toyota Hilux, na noite do último sábado (08). A tripla execução ocorreu na rua que separa o povoado de Sanja Pytã, no lado paraguaio, de Sanga Puitã, distrito de Ponta Porã.
Investigação - O Campo Grande News apurou que Alessandro era suspeito de ser um dos quatro pistoleiros envolvidos na execução de Wescley Vasconcelos, o Baiano, no dia 6 de março de 2018 em Ponta Porã, cidade vizinha de Pedro Juan. Apesar da suspeita, ele nunca foi chamado para depor por falta de embasamento legal.
Cezar Zorrilla também foi tratado como suspeito de ser o mandante do assassinato de Wescley Vasconcelos por odiar o policial. Entretanto, essa hipótese foi descartada durante as investigações.
A polícia da fronteira aponta o narcotraficante Sergio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, como mandante da execução do investigador da Polícia Civil. O bandido brasileiro foi preso há uma semana em Balneário Camboriú (SC).