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Acusado de corrupção, vereador é xingado em eleição de conselheiros

Reconduzido ao cargo há duas semanas, Cirilo Ramão foi hostilizado em escola onde acontecia votação para conselheiros tutelares

Helio de Freitas, de Dourados | 07/10/2019 10:50
Vereador Cirilo Ramão (camiseta vermelha) e seus familiares no momento em que era xingado por eleitores (Foto: Reprodução)
Vereador Cirilo Ramão (camiseta vermelha) e seus familiares no momento em que era xingado por eleitores (Foto: Reprodução)

Preso em dezembro do ano passado no âmbito da Operação Cifra Negra e afastado do cargo por oito meses, o vereador Cirilo Ramão (MDB) foi hostilizado na tarde de ontem (6) em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Eleitores que estavam na Escola Estadual Castro Alves, onde ocorreu a votação para eleger os conselheiros tutelares, xingaram o vereador emedebista, como mostra vídeo gravado por uma pessoa que estava no local.

Nas imagens é possível ver a mulher e a filha de Cirilo chorando enquanto ele é ofendido. “Sai daqui, respeita meu dinheiro”, grita uma mulher, não identificada.

O episódio provocou princípio de confusão e foi preciso intervenção de guardas municipais que estavam na escola. Há relatos de que a mulher de Cirilo teria sido agredida fisicamente no local, mas até agora o caso não foi denunciado à polícia.

Ao Campo Grande News, Cirilo disse que uma das pessoas que o ofenderam estaria embriagada e ainda vai analisar se denuncia o caso à polícia. “Eu sou homem público, até compreendo, mas meus filhos, minha esposa, não. Eles ficaram muito nervosos com aquilo e tive que retirá-los do local”.

Cirilo disse que não teve agressão física de nenhuma parte. “Teve bate-boca, apenas. Certeza que alguém deve ter mandado ele ir lá tumultuar”, afirmou o vereador. Perguntado sobre a mulher que também xingava, ele disse que no momento não percebeu, pois ficou preocupado com a família.

Acusação – Cirilo Ramão, o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), dois ex-funcionários da Câmara, cinco empresários de Campo Grande e os também vereadores Pedro Pepa (DEM) e Idenor Machado (PSDB) foram presos no dia 5 de dezembro na operação comandada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

A Cifra Negra investiga suposto pagamento de propina aos vereadores por empresas de tecnologia contratadas pelo Legislativo em processos de licitação fraudulentos e com preços superfaturados, segundo a denúncia.

Os três vereadores foram afastados dos mandatos e substituídos por suplentes. No dia 19 do mês passado, após longo embate jurídico, que incluiu outras duas prisões de Cirilo e outra de Pepa e Idenor, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu, por 2 a 1, suspender o afastamento dos dois vereadores. Na semana passada, o TJ estendeu o habeas corpus a Idenor Machado.

Cirilo e Pepa foram reconduzidos aos mandatos pela Mesa Diretora da Câmara, mas apenas o emedebista foi a uma das duas sessões realizadas depois do retorno deles ao Legislativo.

Os advogados de defesa esperam o Tribunal detalhar o habeas corpus, já que entre as medidas cautelares está a proibição de manter contato com os demais investigados. Participando da sessão semanal do Legislativo, Pepa e Cirilo obrigatoriamente estarão no mesmo ambiente e manterão contato entre si.

O Campo Grande News perguntou ao advogado Fernando Baraúna Recalde, que defende os dois, para saber se eles irão à sessão de hoje à noite, mas ainda não obteve resposta. Idenor Machado ainda não foi convocado para reassumir o mandato. A Câmara aguarda receber a determinação da Justiça.

Veja abaixo o vídeo do momento em que o vereador era xingado por eleitores:

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