Adolescente é executado e tem pele arrancada por “justiceiros da fronteira”
Bilhete deixado por grupo de extermínio diz que é só o começo e promete extermínio de ladrões
Cena macabra na manhã desta quarta-feira (28) na sangrenta fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Adolescente de 17 anos foi torturado e assassinado e o corpo jogado em terreno baldio em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Parte da pele do peito e do rosto do rapaz foi arrancada e sobre o corpo foi deixado bilhete assinado pelo grupo de extermínio autodenominado “Justiceiros da Fronteira”, responsável por dezenas de execuções na linha internacional nos últimos três anos.
Os alvos dos assassinos (que têm apoio de parte considerável de moradores da fronteira) são suspeitos de roubos e furtos nas duas cidades. “Estamos de volta. Vamos por todos. É só o começo. Morte aos ladrões”, diz o recado escrito em espanhol.
Segundo o comissário Jorge Vidallet, subchefe de investigações da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero, o adolescente foi identificado como Derlis Alonso Cardozo. Além de ter a pele arrancada, o rapaz teve uma das mãos decepadas, outro recado deixado pelos “justiceiros”.
Em entrevista à rádio Império FM, a mãe do adolescente, Gricelda Cardozo, disse que os assassinos cometeram um erro, pois seu filho era trabalhador.
Foi a segunda execução assumida pelo grupo de extermínio em menos de dois dias em Pedro Juan Caballero. Na noite de segunda-feira (26), bilhete semelhante foi encontrado na choperia onde o paraguaio Luis Mateo Martinez Armoa, 21, o “Matheus Elefante”, foi executado com pelo menos 30 tiros de 9 milímetros.
Também com identidade brasileira em nome de Luiz Matheus Maldonado, ele era apontado como integrante de quadrilha de assaltantes na fronteira.
A namorada de Matheus, Anabel Centurión Mancuello, também foi morta e dois amigos do casal ficaram feridos. O grupo comemorava o aniversário de 22 anos de Anabel.