Adolescente que matou garota de 13 anos tinha fixação pela vítima
Garota foi morta no dia 2 deste mês e corpo encontrado ontem à tarde
Nascida em 20 de janeiro de 2009, adolescente indígena viveu apenas 13 anos, 7 meses e 13 dias. Encontrada morta na tarde deste domingo (11) em Dourados (a 251 km de Campo Grande), No pouco tempo de vida que teve, a garota sofreu violência sexual, foi ameaçada e por fim, estrangulada por outro adolescente, que tinha fixação por ela.
Ela era neta de cacique, uma das lideranças espirituais da Reserva Indígena de Dourados. Logo após o desaparecimento da menina, surgiram boatos de que o caso poderia ter ligação com a disputa por terra existente atualmente nos arredores da reserva, mas a versão foi desmentida com a detenção e confissão do autor.
No ano passado, a menina foi vítima de violência sexual, segundo boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil. Entretanto, os detalhes do caso estão em sigilo.
Já em 2022, a menina passou a receber cartas ameaçadoras, supostamente por questões pessoais. Em uma das cartas, os autores prometiam matar a menina e deixar a mãe dela chorando por suposto relacionamento dela com o irmão da pessoa que fez as ameaças.
Houve rumores de que as ameaças eram relacionadas ao conflito por terra, mais uma versão desmentida pelo teor dos próprios bilhetes. A polícia ainda não informou se o adolescente detido ontem pela morte da adolescente tem ligação com as ameaças.
Moradora na Aldeia Jaguapiru, a vítima saiu de casa na noite de 2 deste mês. No dia seguinte, a mãe dela, de 34 anos, procurou a Polícia Civil para denunciar o desaparecimento. Familiares e amigos fizeram buscas nos arredores da aldeia, mas a menina não foi encontrada.
Ontem à tarde, as pessoas que ajudavam nas buscas encontraram o corpo já em decomposição em uma mata na margem da MS-156, rodovia que corta a reserva e liga Dourados a Itaporã.
Detido horas depois, o adolescente confessou o crime. "Ela não queria namorar comigo e queria ficar com outro guri. E aí eu matei ela [...] eu enforquei ela", disse o adolescente.
Segundo o delegado Demerval Neto, que atuou no caso ontem, o adolescente tinha fixação por Ariane e confessou ter matado a menina por ela se negar a namorar com ele. Ele negou ter praticado violência sexual contra a vítima, mas a polícia vai aguardar todos os laudos da perícia para descartar essa possibilidade.
O assassino foi indiciado por infração análoga a feminicídio e autuado em flagrante por infração análoga a ocultação de cadáver. A polícia pediu à Justiça a internação provisória dele.