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Interior

Alvo da PF, empresário paga fiança de R$ 7 mil e diz que carabina era do amigo

Flagrante foi em investigação sobre queimada e grilagem de área da União no Pantanal

Por Aline dos Santos | 21/09/2024 13:50
Polícia Federal apreendeu arma na sala da casa de empresário. (Foto: Divulgação/PF)
Polícia Federal apreendeu arma na sala da casa de empresário. (Foto: Divulgação/PF)

O empresário Fernando Fernandes, que foi alvo da operação da PF (Polícia Federal) contra queimada e grilagem no Pantanal, pagou fiança de R$ 7.060 após ser flagrado com carabina .357 e munição. Ele disse que a arma era de um amigo.

A ação, batizada de Prometeu, foi deflagrada na sexta-feira (dia 20) em Corumbá, a 428 km de Campo Grande. A residência do empresário de 60 anos, que atua no ramo de supermercado, foi um dos locais visitados pela PF.

Na sala do imóvel, em cima da cristaleira, os policiais encontraram a arma municiada. Fernando disse que estava guardando para um amigo, mas não apresentou registro e nem documentação. No local, também estavam 14 munições. Outras duas munições de calibre 12 foram encontradas dentro da gaveta de uma estante, na sala da residência.

Fernando é empresário há 22 anos e também tem como fonte de receita adicional o arrendamento de gado na fazenda.

Ontem, as equipes cumpriram sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Corumbá. A investigação apontou que área pública de 6.419 hectares vem sendo utilizada para exploração econômica por meio da pecuária.

Buscas revelaram a presença de 2.100 bois na área da União. Contudo, já foram negociados sete mil cabeças de gado. A ofensiva foi em conjunto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). A terra será embargada.

Em 2020, a vegetação teve o primeiro incêndio, mas o fogo se tornou rotina ao longo dos anos. A área pública passou a ser utilizada para a pecuária, com exploração extensiva de gado.

A perícia da Polícia Federal identificou dano de R$ 220 milhões na exploração da área. O grupo investigado deve responder por provocar incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa.

A operação foi batizada de Prometeu pela histórica má utilização do fogo nas pastagens do Pantanal pelo homem, como incentivo à pecuária e avanço sobre o bioma

Prometeu faz a alusão ao personagem da mitologia grega que é visto como uma divindade que roubou o fogo dos deuses gregos e entregou à humanidade fazendo mau uso deste, e por isso foi castigado por Zeus, o mais poderoso.

O Campo Grande News não conseguiu contato com a defesa de Fernando Fernandes.

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