Alvo de buscas do Gaeco, empresário é presidente de time da 1ª divisão de MS
Marco Antonio de Araújo é dono da fornecedora de uniforme a times de MS; ele teve celular apreendido
O empresário Marco Antônio de Araújo, um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, deflagrada nesta terça-feira (21) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), é presidente do DAC (Dourados Atlético Clube), atual vice-campeão estadual da 1ª divisão do futebol sul-mato-grossense.
Equipes do Gaeco estiveram na casa de Marco Antonio e na empresa Invictus Sports, na Rua José de Alencar, no Jardim Paulista, região leste da cidade. Documentos e o celular do empresário foram apreendidos.
A Invictus fornece uniforme de jogo aos principais times do futebol sul-mato-grossense. Oficialmente, a empresa tem como nome “Patrícia Gomes de Araújo Ltda.”, mas Marco Antonio se apresentou como proprietário.
Em nota, a empresa de confecção de uniformes informou ser prestadora de serviços da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e que tem nota fiscal do material fornecido e dos pagamentos recebidos em conta corrente.
Marco Antonio informou que acompanhou o trabalho do Gaeco, forneceu todas as informações solicitadas e que “confia no trabalho desempenhado pela Justiça de Mato Grosso do Sul”.
A operação – Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a Operação Cartão Vermelho tem como objetivo desmontar organização criminosa instalada na FFMS para desviar valores provenientes de convênios com o Estado de Mato Grosso do Sul e repassados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Presidente da Federação de Futebol desde 1998, Francisco Cezário de Oliveira foi preso em sua casa, em Campo Grande. Na residência de alto padrão, na Vila Taveirópolis, equipes do Gaeco apreenderam R$ 800 mil em dinheiro vivo.
Como Cezário é advogado, a prisão foi acompanhada pela Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da OAB. Além dele, outros seis investigados são alvos de mandado de prisão preventiva.
Segundo o Gaeco, o desvio era feito através de saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertar órgãos de controle. Integrantes da organização criminosa teriam feito pelo menos 1.200 saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.
A organização também possuía esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Governo de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.
O esquema de peculato envolvia outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da FFMS. “A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”, diz o MP.
Os valores desviados no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023 superaram os R$ 6 milhões. Além dos sete mandados de prisão preventiva, o Gaeco cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
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