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Interior

Apontado como sucessor de “Minotauro”, Ryguasu foi morto com 34 tiros

Ederson Salinas Benítez tinha deixado a fronteira após atentado, mas foi morto em Asunción

Helio de Freitas, de Dourados | 27/02/2023 09:06
Pessoas ao lado do corpo de “Ryguasu”, em estacionamento de supermercado (Foto: Direto das Ruas)
Pessoas ao lado do corpo de “Ryguasu”, em estacionamento de supermercado (Foto: Direto das Ruas)

Ederson Salinas Benítez, 33, o “Ryguasu”, morto na noite de sábado (25) no estacionamento de um supermercado em Asunción, no Paraguai, foi atingido por 34 tiros. Segundo o médico da Polícia Nacional, Pablo Lemir, três disparos atingiram a cabeça da vítima, causando morte instantânea.

Condenado no Brasil por porte ilegal de arma, Salinas era apontado como sucessor do narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o “Minotauro”, no comando do tráfico na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

Em março do ano passado, Salinas havia escapado de atentado em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

Bando armado com fuzil e pistola chegou a disparar 226 tiros na mansão onde ele estava com a noiva, mas “Ryguasu” se escondeu em um bunker no segundo piso da casa e resistiu até a chegada de policiais.

Supostamente envolvido na guerra travada entre facções e grupos locais pelo controle do tráfico na linha internacional com Mato Grosso do Sul, Ederson Salinas deixou a fronteira e passou a morar na região da capital Asunción.

Ederson Salinas, no dia em que foi preso por porte ilegal de arma (Foto: Arquivo)
Ederson Salinas, no dia em que foi preso por porte ilegal de arma (Foto: Arquivo)

No início da noite de sábado, ele acompanhou a noiva até o mercado localizado no cruzamento da Avenida Espanha com Pitiantuta, no bairro Las Mercedes.

Ele estava no estacionamento quando surgiram dois homens armados com pistolas. Imagem de câmera perto do local mostra “Ryguasu” fugindo dos criminosos. Atingido por tiros, ele caiu no chão e recebeu vários outros impactos. Um dos pistoleiros se aproximou e descarregou a arma na cabeça de Salinas.

Segundo a imprensa paraguaia, apesar de ser apontado como narcotraficante e um dos chefes do crime organizado na fronteira, Ederson Salinas não era procurado pela Justiça daquele país. Ele chegou a ser apontado como suspeito de ter mandado matar o jornalista Leo Veras, em fevereiro de 2020 em Pedro Juan Caballero, mas a investigação não avançou.

Até agora não há pista dos matadores, nem dos mandantes do crime. Horas após o assassinato, um homem, visto no estacionamento do mercado onde ocorreu a execução, foi até o apartamento onde Salinas estava hospedado com a noiva e levou uma maleta.

Na caminhonete de Ryguasu, uma Toyota Hilux blindada, os policiais encontraram uma pistola Glock 9 milímetros. Os celulares dele e da noiva, de nacionalidade brasileira, foram apreendidos.

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